07.05.2018 | 00h00
Dismorfia é, na sua definição mais simples, um transtorno caracterizado pela insatisfação com a imagem corporal. Já o Snapchat, para os ainda não familiarizados com as ferramentas dos smartphones, é um aplicativo de mensagens com base em imagens, geralmente selfies. Dismorfia de Snapchat é um termo criado pelo médico britânico Tijion Esho para explicar a insatisfação das pessoas, principalmente mais jovens, com a própria imagem e a vontade de ser exatamente como nas fotos do aplicativo, onde os filtros deixam os contornos mais suaves e, portanto, a imagem mais "aceitável" para os padrões preconizados pelo que se entende como belo hoje em dia.
Não se sentir feliz com a própria imagem já é algo considerado normal. Mas dar um passo a mais e não poupar esforços (e nem dinheiro) no sentido de se parecer com a foto do aplicativo de celular é o que tem preocupado as autoridades. É mais um transtorno que vem na esteira das redes sociais e os consequentes impactos negativos na vida das pessoas. Muitos jovens já estão se submetendo a procedimentos estéticos para se parecerem cada vez mais com suas fotos com filtro, o que traz à tona uma perigosa obsessão pela imagem e um claro sinal de que esse comportamento pode estar por trás de outros problemas, principalmente aqueles relacionados à autoestima.
Entre os procedimentos mais citados pelos médicos nestes casos em que as pessoas usam suas selfies como referência, estão os preenchimentos embaixo do nariz e dos olhos, nas maçãs do rosto e nos lábios. O número de jovens que buscam em procedimentos estéticos um caminho para ficarem mais parecidos com as selfies que tiram é crescente e comprovado. Estudo da Academia Americana de Cirurgia Facial, Plástica e Reconstrutiva revela que 55% dos cirurgiões plásticos faciais atenderam, em 2017, pacientes que queriam passar por cirurgias para aparecer melhor em selfies, em comparação com 13% em 2013. Ainda segundo o estudo, 56% dos cirurgiões pesquisados notaram um aumento no número de clientes com menos de 30 anos de idade.
Na visão de alguns médicos, usar as próprias fotos como padrão estético é menos prejudicial do que se basear nas imagens de celebridades. Nesse sentido, eles avaliam essa mudança de comportamento como um avanço, já que dá à pessoa uma expectativa mais realista. Mas é preciso ter em mente que essa é uma busca incansável quando se está frente a frente com a implacável passagem do tempo - e os efeitos disso sobre o organismo e a aparência física. Os bombardeios midiáticos de pessoas jovens, bonitas, bem sucedidas e felizes tornam ainda mais difícil aceitar falhas, rugas, fios brancos, gordurinhas salientes e "imperfeições" em geral.
Em se tratando dos jovens, é ainda mais preocupante saber que essa insatisfação surge em um período importante da vida, o de autoafirmação e consolidação da autoestima. O importante é se aceitar, se gostar e dar espaço ao diferente. A dismorfia corporal precisa ser olhada com mais atenção, porque um procedimento desnecessário pode ser prejudicial ao paciente não apenas no físico, mas também no emocional já que ele não tem o poder de agir sobre algo que nenhuma agulha o bisturi pode corrigir, a autoaceitação.
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