Fazenda palco de mortes não está em nome de Silval ou de empresas do ex-governador

Apesar de ter delatado em sua colaboração premiada o convite para compra e posterior pagamento da fazenda Bauru, em Colniza (1.065 km a noroeste de Cuiabá), o ex-governador de Mato Grosso, Silval Barbosa, não consta oficialmente como dono da área. Barbosa, como sócio oculto, não exerce a posse e vem colaborando com investigações sobre a transação.  

Segundo o político, o ex-deputado estadual José Riva o contatou ainda em 2012 para firmar uma sociedade. A empresa Floresta Viva Exploração de Madeira e Terraplanagem, em nome de Janete Riva, esposa do ex-parlamentar, compraria 50% da área. A outra metade seria adquirida em nome de Eduardo Pacheco, primo e cunhado de Silval.     

Ocorre que, conforme delação, Pacheco se arrependeu de emprestar o seu CPF para a negociação. Ficou combinado então que toda a terra seria adquirida em nome da empresa Floresta Viva. Silval Barbosa teria pago cerca de R$ 5,1 milhões, dinheiro proveniente de propina cobrada em incentivos fiscais para frigoríficos.    

Após delatar o caso, Silval Barbosa e seus advogados esclarecem que negócio foi temporariamente abandonado. Apenas Riva exerce a posse. Silval vem prestando esclarecimento em inquérito que investiga a transação, reafirmando dados de sua colaboração.

A própria responsável por  vender a área, identificada como Magali, tenta na Justiça desfazer a negociação. É argumentado que o valor cominado não foi pago em sua integralidade. No processo, apenas a empresa Floresta Viva Exploração de Madeira e Terraplanagem, da família Riva, é acionada. Não existe menção ao ex-governador.   

Mortes   

Cerca de 150 pessoas fortemente armadas invadiram a Fazenda Agropecuária Bauru (Magali), em Colniza  (1.065 km a noroeste de Cuiabá), de propriedade do ex-deputado estadual José Riva, na manhã deste sábado (5). Informações divulgadas pela Polícia Civil confirmaram 2 mortos e 8 feridos.