Terça, 13 de setembro de 2016, 00h00
opinião
Ideb, o país e o Estado
Renato de Paiva Pereira
A imprensa nacional divulgou na última quinta a péssima situação do ensino médio no país. Em matemática os alunos de hoje sabem menos que os de 10 anos atrás, como atesta o Sistema de Avaliação de Educação Básica através do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb).
A pesquisa que é realizada a cada dois anos mostrou que em 2015, último dado pesquisado, o ensino fundamental até o quinto ano, que é de responsabilidade dos municípios, melhorou no biênio. A nota média alcançada de 5,5 superou a meta proposta de 5,2. No grupo seguinte que avalia alunos do sexto ao nono ano os resultados começaram a piorar: o índice perseguido era de 4,7, mas alcançamos somente 4,5. Entretanto o fracasso maior foi o do ensino médio, administrado pelos estados, onde não passamos de 3,5, para uma meta de 4,3.
Nosso estado destacou-se na avaliação do ensino fundamental colocando-se entre os cinco melhores, juntamente com Pernambuco, Amazonas, Ceará e Goiás, mas foi um fiasco na avaliação do ensino médio. Neste segmento ficamos entre os cinco piores estados da federação. Das 27 unidades federativas só ganhamos do Rio Grande do Norte, Alagoas, Bahia e Sergipe. Parece que definitivamente os estados não sabem administrar a educação e Mato Grosso consegue ser pior que 22 deles.
Assim que os dados foram divulgados já apareceram comentários culpando a não valorização dos professores pelo mau resultado. Entretanto basta uma pesquisa no Google para desmontar a alegada relação de causa e efeito entre salários recebidos e qualidade do ensino.
Mato Grosso, por exemplo, está entre os 3 estados brasileiros que melhor pagam os professores, conforme site Globo.com . Normalizando os salários para 40 horas semanais para todas as unidades da federação a melhor remuneração seria de MS , R$ 3.994; DF, R$ 3.858 e MT, R$ 3.802.
Entre as piores remunerações estão Pará, Ceará e Santa Catarina que não chegam a 2 mil reais mensais. Entretanto destes mal remunerados, somente Sergipe teve nota pior que Mato Grosso. Acrescente-se que Amazonas e Pernambuco, os únicos que atingiram as metas, estão abaixo da média na remuneração dos profissionais. O primeiro é o 16º e o segundo o 24º.
Creio que esse fracasso do ensino médio tem muito a ver com a politização dos professores estaduais e a influência dos sindicatos a que pertencem. Não custa lembrar que o PT, comandante do país nos últimos 13 anos, nasceu do movimento sindical e notabilizou-se nacionalmente com os movimentos grevistas na indústria paulista nos anos 1980. Hoje seu maior reduto é na educação, onde mantém os mesmo discurso defasado e antigo de opressor/oprimido e que patrões são inimigos dos trabalhadores.
Se o sindicato dos professores do estado de Mato Grosso, que fez uma greve de 60 dias por salários este ano, tiver uma leitura diferente destes dados do Idep, poderia vir a público para explicá-los. Quem sabe aí poderíamos entender por que no Estado de Santa Catarina onde um professor ganha metade do mato-grossense os alunos aprendem mais que aqui.
Renato de Paiva Pereira - empresário e escritor. E-mail:renato@hotelgranodara.com.br
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