11.09.2016 | 09h08
A Praça Dom Wunibaldo, em Chapada dos Guimarães, foi palco do primeiro debate da história entre os candidados a prefeito do município. Na noite de sexta-feira (9), mais de mil pessoas acompanharam as propostas e soluções para os problemas da cidade, apresentados pelos quatro candidatos que pretendem, a partir de 1º de janeiro de 2016, comandar a prefeitura. A organização do evento ficou por conta do Ministério Público estadual (MPE), que cirou o projeto Cutchitcho Aberto, que visa qualificar o debate e dar publicidade às propostas dos candidatos.
O debate teve como moderador o promotor de Justiça da cidade, Leandro Volochko, e, nesta primeira edição, teve como eixos centrais os temas transparência, finanças públicas e meio ambiente, muito importantes para os cerca de 15 mil eleitores de Chapada, que convivem há anos com problemas neste sentido. “O MPE tem sua missão constitucional de defedenr o regime democrático. Dentro dessa ideia, pensando em como poderíamos dar esta oportunidade, surgiu a ideia do” Cutchitcho”, de fazer os candidatos conversarem com a população”, explica o promotor.
Dentro dos temas, os candidatos Gilberto Mello (PR), Thelma de Oliveira (PSDB), Sidnei Varanis (REDE) e Benedito da Costa Ribeiro Filho, o Didi da Pousada (PTN), tiveram a oportunidade de apresentar suas ideias e o que pretendem fazer para solucionar os problemas que há anos afligem a população, como a impossibilidade do recebimento de verbas por meio de convênios e emendas parlamentares, por conta da ausência das certidões do Tribunal de Contas do Estado (TCE) e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Os problemas políticos que afetaram o município nos últimos anos também foram lembrados pelos candidatos e geraram o momento de maior tensão entre os presentes. Thelma e Varanis lembraram que um dos problemas a serem sanados no que se refere às certidões ocorreu na gestão de Mello, que já foi prefeito de Chapada e que contaria com o apoio do atual gestor, Lisú Koberstain. Este, por sua vez, rebateu, dizendo que não foi condenado pelas supostas irregularidades e que os problemas enfrentados por Koberstain foram herdados da gestão de José Neves (PSDB), que renunciou ao cargo em meio a um processo de cassação.
Ao final do debate, Thelma destacou que sua prioridade, se eleita, será organizar a administração municipal. Ex-deputada federal e viúva do ex-governador Dante de Oliveira, ela classificou como positiva a iniciativa do MPE, uma novidade mesmo para quem tem anos de vida pública “Achei muito bacana, gostei muito, para mim é uma experiência nova que faz parte da democracia. Se todos os municípios fizessem algo parecido teríamos pessoas eleitas com capacidade de fazer aquilo que propõem. O debate marca o fortalecimento da democracia”.
Na mesma linha, Mello lembrou que o município não possui emissoras de rádio e TV para a veiculação de propaganda eleitoral, o que dificulta o contato com o eleitor. “Passamos eleições e mais eleições sem rádio, sem TV, sem poder mostrar a capacidade de cada candidato, o que temos para fazer para esta cidade se desenvolver. Espero que não fique só nessa iniciativa, que o MPE seja atuante na fiscalização, na ajuda, na parceria para que Chapada possa se desenvolver”.
Já Varanis acredita que as mais de três horas de debate foram positivas para que ele pudesse passar sua mensagem ao eleitor. “Quando surgiu a oportunidade de ser candidato, sonhei com a possibilidade de se ter um debate. Dei o meu recado, mostrei às pessoas presentes quem eu sou, a zebra da história, e estou tentando mostrar as propostas. Fiquei contente em saber que muitas delas foram adotadas por outros candidatos”.
Didi, por sua vez, acredita que a iniciativa do Ministério Público deve ser estendida aos demais candidatos, como forma de ampliar a participação popular. “Isso é uma vitória para o povo da Chapada, porque nunca houve um debate. Tínhamos que ter até com os candidatos a vereador para que o povo possa escolher melhor seus representantes. Foram temas difíceis, mas deu para darmos nosso recado”.
Nível
Os quatro candidatos também destacaram o alto nível das perguntas, tanto de Volochko quanto as enviadas pela população, por meio de um site criado para o projeto. “Acho que o nível que o promotor impôs ao debate foi bastante técnico, nas perguntas que ele fez, nas perguntas que vieram da população e isso exigiu de cada candidato uma reflexão daquilo que ele fará se assumir. Foi importante porque dá muito pouco espaço para comentários em nível pessoal”, ressaltou Thelma.
Já Mello acredita que o nível imposto pela moderação aliado ao fato de ter sido prefeito do município fez com que fosse possível mostrar quem está preparado para comandar o município. “Eu tenho conhecimento da coisa pública, conheço as coisas pequenas da prefeitura, não adianta falar no macro sem conhecer o micro. Tenho erros, mas muitos acertos”.
Varanis, por sua vez, defendeu uma mudança na dinâmica dos próximos debates, entendendo ser necessária a realização de mais rodadas de perguntas entre os candidatos. “Acho que faltou mais oportunidades para perguntarmos mais aos outros candidatos. Existe espaço para avançarmos mais nos próximos debates”. Para Didi, eventos como este serão benéficos para toda população nos próximos anos, porque será possível qualificar tanto os candidatos quanto os eleitores. “Chapada tem muito a ganhar com estes debates, politiza mais o povo, que passa a saber quem é quem nesta corrida eleitoral”.
Mais debates
Responsável por moderar o debate, Volochko classificou a iniciativa como exitosa e agradeceu a participação dos candidatos. Ele explica que ainda este mês serão realizados mais dois debates, um com os temas Saúde, Educação e Habitação e outro na zona rural, abrangendo os seis eixos definidos. “Fiquei feliz com as perguntas da população, com o debate aberto entre eles e as perguntas formuladas pelo Ministério Público, que tratam dos temas que tem relação com as demandas que estão no MPE”.
Para ele, a realização de um debate em praça pública dá mais transparência ao processo eleitoral. “Ele principalmente procura qualificar o argumento do candidato. Não é possível que se limite a campanha ao ‘eu fui, eu sou, eu farei’, é preciso um pé na realidade, que ele saiba o que está acontecendo e a partir disso traga suas propostas para que o eleitor possa avaliar”.
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Alessandra Kurchinski - 11/09/2016
Quero parabenizar o Dr. Leandro e todos do Ministério Publico pela organização do projeto "Cutchitcho Aberto". As perguntas foram feitas em alto nível, tudo muito bem planejados!
1 comentários