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07.10.2017 | 00h00

Abaixo a ditadura

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Peço aos leitores mais sensíveis que me perdoem a veemência, mas há certos temas que não comportam meio termos. Um desses é a oposição entre amantes da democracia ou da ditadura. Não há possibilidade de acordo ou de consenso. Não há conciliação, qualificação ou contextualização. Ou você está de um lado ou do outro. O meu é e sempre foi e será o da democracia.

Como Ulysses Guimarães, que tive a honra de conhecer e com quem compartilhei palanques e causas, tenho ódio e nojo da ditadura. Qualquer uma, de qualquer coloração ou latitude.

Tenho observado que nos últimos tempos os energúmenos que a defendem estão ficando assaz assanhados.

Uma das mais imbecis de todas as mentiras que atualmente circulam é a de que na ditadura militar não havia corrupção. Quem assim se manifesta ostenta publicamente uma profunda e cavalar ignorância. O mais ridículo nesses idiotas é a satisfação com que exibem sua miséria intelectual, moral e espiritual.

A ditadura nasce da corrupção, a ditadura se nutre da corrupção, a ditadura multiplica a corrupção. A ditadura dissimula, estimula e protege a corrupção. A corrupção na ditadura é tão forte e enraizada que sobrevive à própria ditadura e continua a crescer independentemente dela, como as unhas de um cadáver ou as serpentes da cabeça da Medusa.

Foi assim na recente ditadura brasileira. Foi assim com Pinochet e Fidel, Hitler e Stálin etc. etc.

Mesmo com toda a censura vigente à época, mesmo com a perseguição aos opositores, mesmo com a repressão aos sindicatos e organizações da sociedade civil, foram milhares os episódios de corrupção protagonizados pelos próceres da ditadura, seus apoiadores e protegidos.

Foi durante a ditadura que se consolidaram os grandes grupos empresariais envolvidos nos principais escândalos de hoje. Foi na ditadura que aprenderam a roubar e corromper. Foi na ditadura que se articularam inúmeras oligarquias regionais presentes até hoje nas figuras de seus sucessores.

Tudo isso está fartamente documentado em reportagens, trabalhos acadêmicos e arquivos históricos aqui e no exterior.

Mas o pior da corrupção na ditadura talvez não tenha sido apenas o saque ao tesouro público e às nossas riquezas naturais, o endividamento externo, a inflação de três dígitos ou o enriquecimento ilícito de tantos. Foi a corrupção da destruição. Destruição do amor ao Brasil, da educação pública, da formação de novas lideranças políticas idealistas e tantas mais.

Tancredo, Brizola, Arraes, Covas, Montoro, Ulysses e todos os nossos líderes na luta pela democracia sempre nos advertiram que o processo de reconstrução do país seria longo e penoso, uma tarefa para mais de uma geração.

Hoje, com todos os problemas econômicos e éticos que enfrentamos, vivemos uma democracia e temos instituições republicanas funcionando. Que as viúvas da ditadura se recolham aos esgotos em que se comprazem em chafurdar! Viva a democracia! Abaixo a ditadura!

Luiz Henrique Lima é Conselheiro Substituto do TCE-MT.

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