06.06.2004 | 03h00
Alguns carros antigos em perfeito estado estão rendendo mais que ouro. E isso não é história de vendedor. Nos últimos cinco anos, a valorização de modelos com mais de 30 anos ultrapassou investimentos confiáveis como a poupança, bateu o forte dólar e, em alguns casos, ficou bem acima do próprio ouro. Para quem procura uma forma diferente de investir, os modelos clássicos vêm mostrando que são boa opção. E isso vale não apenas para requintados importados, mas também para as raridades nacionais. "Prefiro comprar um carro antigo do que deixar meu dinheiro aplicado no banco rendendo cerca de 1% ao mês", afirma o corretor de seguros Reinaldo Scalco, que é sócio do Clube do Opala.
Dono de dois Opalas, de uma Caravan e de um Dodge Magnum, Scalco ressalta que não vive do comércio de modelos antigos. Mas, sempre que pode, procura aproveitar boas oportunidades. "Os antigomobilistas (colecionadores de antigos), de um modo geral, agem assim. Quando encontram uma oferta boa, muitos deles compram o carro, mesmo sem gostar muito do modelo, para revendê-lo em um futuro negócio", explica.
Essa escalada dos preços não acontece por acaso. Na visão de José Aurélio Affonso Filho, presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), há uma combinação de fatores que empurram os preços para cima. "Os carros antigos e de coleção vêm tendo uma procura muito grande nos últimos anos, o que se deve em boa parte ao crescente número de encontros nacionais e regionais, que têm atraído inclusive os mais jovens" afirma Affonso.
Mas esse não é o único motivo observado por ele para essa elevação tão grande dos preços. O presidente da entidade lembra uma lei clássica do mercado, a da oferta e da procura. "Há cada vez mais compradores para os mesmos carros, que estão fora de linha há muitos anos, e isso também acaba aumentando os preços".
A lista de fatores que empurram os valores para cima não acaba aí. Há ainda o sucateamento de vários modelos antigos, que saem das ruas para os desmanches - na maioria dos casos - por causa do mau estado de conservação, o que reduz ainda mais a quantidade de carros disponíveis para os colecionadores e os profissionais de restauração.
Para o microempresário Luciano Lopes Vieira, carro antigo é negócio. Proprietário da El Camino Reparação de Veículos, ele procura, escolhe e compra os veículos que serão vendidos depois de restaurados por ele mesmo. "Atualmente estou restaurando uma Belina 1970. A pintura já está concluída", conta. A perua foi comprada por R$ 2.200,00 em estado razoável e com muitos detalhes originais. Depois da reforma completa, que inclui funilaria, pintura, tapeçaria e pneus e que deve consumir cerca de R$ 5 mil, ele pretende alcançar um valor bem melhor.
"Tem colecionador pedindo entre R$ 7 mil e R$ 12 mil por esse carro. Eu vou oferecer a Belina por cerca de R$ 9 mil", diz o microempresário. De olho nesse mercado cada vez mais valorizado, Vieira começou a investir em modelos menos glamourosos que os grandes V8 porque, em sua visão, estes já estão se valorizando bastante. Depois da Belina, ele cuidará da restauração de um Volkswagen Passat 75. Comprado por R$ 2 mil, o carro deverá ser vendido por R$ 6,5 mil quando estiver com a reforma concluída.
O corretor de seguros Reinaldo Scalco conta que chegou a comprar alguns Opalas por causa da boa oferta. "Os carros estavam bons, assim como os preços. Depois surgiram negócios melhores e eu os vendi". Seu amigo Sílvio Luiz Pinto e Silva, comandante de aviação, também prefere comprar carros antigos a deixar o dinheiro no banco. Sócio do mesmo clube, Silva tem nove carros.
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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