26.05.2007 | 03h00
Pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o êxodo rural no país é maior do que se imaginava. Os números apontam que nos últimos 60 anos a população urbana saltou de 31% para 81%. Nesse mesmo período a população brasileira cresceu quatro vezes, passando de 41 milhões de habitantes em 1940 para 169,8 milhões em 2000. O país deixou de ser essencialmente rural, registrando um movimento de migração para os grandes centros.
A maioria das pessoas que deixaram o campo foram para as cidades, partiram em busca de uma vida melhor, de escolas para os filhos, de emprego e renda, já que muitos viviam em condições precárias.
As cidades, porém, não estavam preparadas para receber essa demanda, que nas grandes capitais invadiu os morros, criou favelas, grilou terrenos e originou bairros sem a mínima infra-estrutura. Uma grande parte deixou de passar fome no campo para viver de esmolas na cidade.
Apesar da população urbana estar crescendo ano a ano, não houve investimentos para atender essa demanda. Resultado: Milhares de pessoas decepcionadas com a vida na cidade e cansadas de viver na miséria resolveram fazer o caminho inverso e retornar para o campo, criando assim os movimentos de trabalhadores sem-terra, que hoje já estão inseridos na história do Brasil.
O problema é que depois muita luta aqueles que conseguem o sonhado pedaço de terra encontram o campo como a 20, 30 anos atrás, ou seja, com uma infra-estrutura precária, sem estradas, escolas, postos de saúde e com parcos recursos para começar do zero. Muitos conseguem produzir em pequena escala, com muito esforço, mas não têm como escoar a produção ou até mesmo não encontram maneiras de fazer o produto chegar até o consumidor, gerando desestímulo. Com isso, ficam no campo apenas os grandes produtores, com suas gigantescas plantações de soja, algodão, milho, arroz e feijão. O Brasil precisa sim dos grandes exportadores, mas não pode esquecer que o pequeno produtor é parte importante na engrenagem da economia brasileira e que provoca impactos profundos na vida de todos nós.
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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