29.10.2015 | 01h00
Tenho uma propriedade rural no município de Acorizal, a cerca de 50 km de Cuiabá. No fim de 2013 ganhamos um filhote de cadela da raça Dálmata. Ela cresceu por lá e tornou-se uma referência de alegria, ao lado de outra cadela vira-latas, Pretinha, e de um pit-bull idoso, chamado Hammer. A Luma é uma festa. No começo deste ano ela entrou no seu segundo cio. No primeiro não engravidou. Gonçalo, nosso empregado recém-chegado, aplicou nela injeção de anticoncepcional, mas não sabíamos que estava grávida. Teve um abordo sofrido. Nós a socorremos com medicamentos e atenção.
Daí por diante ela se aproximou muito de nós. Quando chegamos lá ela se junta o tempo inteiro e fica sempre perto, muito alegre e brincalhona. Veio o novo cio e nova gravidez. Ficou com uma barriga enorme e cansada. Engordou bastante e comia como uma desesperada. Pedi ao Gonçalo atenção pra ela e me avisasse se precisasse de alguma ajuda.
Neste sábado, chegamos lá e logo ela veio correndo, como sempre. Deixou rastros de sangue na varanda. Concluímos que estamos em trabalho de parto. Sumiu em seguida. Veio mesmo só dar um oi. Gonçalo a seguiu e encontrou numa moita de capim escondida com quatro filhotes. Logo em seguida ele voltou e eram sete. Recolhemos pra dentro do galpão e ele fez um quadrado de madeira pra ela e pros filhotes. Todos brancos com algumas manchas parecidas com as dela. Cinco machos e duas fêmeas.
Este artigo veio pra contar as transformações impressionantes de Luma como mãe. Não sai do lado dos cachorrinhos, não deixa ninguém desconhecido se aproximar. É comovente o carinho dela, como uma mãe de primeira viagem. Ficou mais séria, sem aquelas correrias e pulos. Não sai de perto dos filhotes de jeito nenhum. Eles aprenderam a mamar no mesmo dia à tarde. Uns mais espertos, outros que reclamam, uns que dormem mais e os que andam o tempo todo pra lá e pra cá. Impressionou-me profundamente a seu jeito amoroso e paciente, como se fosse uma mãe experiente.
Tivemos em casa por 16 anos um cachorro cruzado de poodle com vira-latas, o Napoleão, que quando morreu foi uma pessoa da família que nos deixou. Agora estou apaixonado pela maturidade da Luma. É como se ela tivesse aprendido antes a ser mãe. O instinto poderoso ensina a nós humanos esse amor incondicional como um dom natural. O seu olhar doce ficou mais doce e ela dominou completamente as nossas atenções com os seus sete filhotes. Seu ninho virou nosso ponto obrigatório de visita várias vezes por dia. A nossa admiração, Luma!
Onofre Ribeiro é jornalista em Mato Grosso. E-mail: ribeiro.onofre@gmail.com www.onofreribeiro.com.br
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