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13.07.2016 | 15h25

Laudo atesta contaminação por mercúrio do rio Guaporé

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Relatório emitido pelo laboratório da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) aponta que a exploração ilegal do garimpo na Serra do Caldeirão, em Pontes e Lacerda, no final do ano passado, provocou um desastre ambiental.

O relatório confirma que o rio Guaporé, principal manancial de abastecimento das cidades da região, especialmente Pontes e Lacerda, foi contaminado com mercúrio.

O Gazeta Digital obteve esta informação com exclusividade.

O químico Sérgio Batista Figueiredo, responsável pelo laboratório da Sema, confirma que “os números são bastante expressivos”, se referindo aos índices de mercúrio encontrados no rio.

Já está cientificamente comprovado que, no organismo humano, o mercúrio deteriora o sistema nervoso, causa perturbações motoras e sensitivas, tremores e demência.

Figueiredo lembra que o mercúrio é bioacumulativo, ou seja, uma vez incorporado no organismo “não sai mais”.

Ele diz ainda que o uso de mercúrio em garimpo pode ser autorizado, mas não era o caso.

No garimpo ilegal de Pontes e Lacerda, este metal foi usado indiscriminadamente para separar o ouro. “Não se sabia nem como era comercializado, de quem compravam”, diz o químico.

A Polícia Federal implodiu a área o que, na avaliação de Figueiredo, pode ter agravado a situação.

A implosão, de acordo com o que alegou a PF, na época, era necessária para evitar que garimpeiros voltassem a invadir a área, onde havia inclusive risco de desmoronamento.

A escavação desenfreada em busca de ouro formou túneis subterrâneos frágeis. Chegou a ocorrer um desmoronamento no local. Cinco garimpeiros ficaram feridos.

A escavação sem critério estaria colocando em risco a vida das pessoas.

Na época da desintrusão, a Sema encaminhou fiscais para a área para verificar o nível de contaminação por mercúrio e alertou que uma implosão poderia colocar em risco a saúde das pessoas que vivem na região.

Mesmo assim, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) autorizou a intervenção com dinamite.

Como se trata de uma questão federal, a Sema apenas acompanhou os trabalhos.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) também emitisse um outro laudo sobre a contaminação por mercúrio do Guaporé.

O metal não aparece na água tratada que vai para as residências, mas de acordo com o químico que assina o laudo da Sema é importante fazer o acompanhamento junto ao órgão de saneamento local.

O Gazeta Digital tentou falar com o Ministério Público Federal (MPF) para saber se há mais algum procedimento relativo a esta questão, mas não conseguiu contato.

Tentou também, sem conseguir, falar com o Ministério Público em Pontes e Lacerda e com a secretaria municipal de Saúde para saber quais atitudes estão sendo tomadas.

Até a publicação da matéria, a Polícia Federal também não comentou o assunto.

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