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31.07.2017 | 07h55

Cuiabá realiza apenas 38% das consultas recomendadas

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Os serviços de Atenção Básica de Saúde em Cuiabá cumpriram apenas 38% da média recomendada pelo Ministério da Saúde no ano passado. Já o balanço de 2013 a 2016, aponta que foram realizadas 1.687,413 consultas ambulatoriais, uma média de 421.854 por ano, enquanto o recomendado era 1.756,101 por ano. Ou seja, foram necessários 4 anos para se chegar próximo à meta anual.

Chico Ferreira/A Gazeta

Para o Ministério da Saúde, uma das soluções para aumentar esse percentual de atendimentos é garantir que os médicos estejam nas unidades, com a implantação de pontos eletrônicos, por exemplo.

Gestores e médicos garantem que apesar da meta recomendada não ser cumprida, não é possível avaliar os trabalhos realizados pela Atenção Básica por meio de metas estabelecidas por atendimentos, e que essa avaliação deveria ocorrer por indicadores.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, atualmente a rede de atenção básica na capital é formada por 70 equipes de Saúde da Família e mais 21 Centros de Saúde. A expectativa é de que até julho de 2018 mais 52 unidades, entre reformas, ampliações e construções, sejam entregues, um crescimento de 74%.

A equipe de saúde da família é formada por médicos, enfermeiros, técnico de enfermagem e agentes comunitários. Os centros de saúde funcionam com clínico geral, ginecologista, pediatra, enfermeiro e técnicos de enfermagem.

Conforme o Ministério da Saúde, cada 10 vezes que alguém procura um serviço de saúde, em 8 delas o problema pode ser resolvido na Atenção Básica. Vacinação, pré-natal, diagnósticos clínicos, acompanhamento de doenças crônicas, saúde mental, tratamento de doenças como diarreia e amidalite, atendimento de pequenas urgências, cuidados à saúde da mulher, da criança, do adulto e do idoso, entrega gratuita de medicamentos, entre tantos outros são procedimentos realizados na Unidade Básica de Saúde (UBS), ou posto de saúde, cujo papel é atender a comunidade.

Para a médica na Unidade Básica de Saúde (UBS) do Novo Paraíso 2, Vanja Bonna, que há mais de 30 anos atua como médica do Programa de Saúde da Família, quando se fala em atenção básica é errada a ideia de trabalhar quantidade ao invés de qualidade. Conforme ela, os atendimentos realizados nessas unidades não são como os que são feitos, por exemplo, em uma Unidade de Pronto-Atendimento (UPA).

“Baseada em que essa meta? Quanto tempo dura uma consulta de qualidade? Aqui nós realizamos atendimentos demorados, nós ouvimos as pessoas, muitas vezes não são atendimentos nem de doenças em si, então como vamos estabelecer uma média de atendimentos, se eles variam de uma pessoa para outra? Além disso temos as visitas domiciliares”.

Segundo a médica, a avaliação é mais complexa, vai além de números, pois cada profissional tem um ritmo diferente, experiências diferentes e o próprio atendimento exige dos profissionais uma atenção maior com uma disponibilidade de tempo maior. Por isso é complicado se estabelecer metas por números.

Bonna reconhece que a atenção básica precisa melhorar, mas esclarece que as avaliações deveriam ser feitas por indicadores como o de mortalidade infantil, por exemplo, e não por números. A médica lembra que a própria falta de investimento na área é problema que limita os profissionais que muitas vezes não conseguem resolutividade para os casos e uma pessoa que poderia ter seu problema resolvido em duas consultas, muitas vezes, não consegue. A questão dos exames é uma das principais reclamações, pois quando solicitados podem levar anos para serem feitos. “Precisamos de resolutividade melhor”.

Além disso, ela lembra também que muitas pessoas estão desestimuladas da saúde pública e acabam deixando de procurar os PSFs, além dos próprios profissionais que não são valorizados e possuem baixos salários. Quanto à questão da implantação de pontos, a médica esclarece que não é contra, mas também não aposta nessa medida, já que melhorar os atendimentos vai além de garantir o médico na unidade, é preciso também garantir medicamentos, exames, de forma a dar resolutividade aos problemas. “

É preciso que o ministério e a secretaria avaliem com mais cuidado o que está acontecendo e não com uma avaliação superficial de números”. De acordo com a coordenadora da Atenção Básica da capital, Larissa Raquel Kchimel, a abrangência da Atenção Básica hoje chega a quase 50% da população, e reconhece que os serviços precisam ser ampliados. Conforme ela, isso está sendo trabalhado com as reformas, ampliações e construções que estão sendo feitas, que vão garantir a ampliação do número de consultas, o acesso mais fácil à porta de entrada, ter os médicos e enfermeiros mais próximos à população.

“A perspectiva é essa, garantir a ampliação de forma que esses profissionais estejam mais próximos”. Quanto às metas, a gestora explica que em Cuiabá há pouco mais de 121 médicos na atenção básica atualmente, o que seria suficiente para a demanda atual. Segundo ela, em Cuiabá, na saúde da família, há médicos trabalhando 40h nas unidades e nos centros de saúde 20h, o que ainda é um problema é a falta de médico pediatra, que conforme Larissa não é um problema só da capital.

“Nós já tentamos contratar, mas uma demanda grande de pediatras em todo país e existe uma falta de profissionais pra supri-la”. Apesar disso, ela explica que está sendo providenciada a implantação de pontos para essas unidades e isso deve acontecer ao longo do ano.

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