3 regiões concentram o maior índice de crimes em Cuiabá

Os bairros de Cuiabá que compreendem a região do Morada da Serra, Centro Norte e Boa Esperança foram os principais alvos de crimes de roubo realizados durante os 3 primeiros meses deste ano. O balanço foi divulgado pela Polícia Judiciária Civil (PJC), que de 1º de janeiro a 31 de março contabilizou 901 delitos violentos. Já em relação aos crimes de furtos, estes também ficaram concentrados nas regiões do Morada da Serra e Centro Norte, além do bairro Porto. Durante o mesmo período, 2,6 mil ocorrências deste crime foram contabilizadas na Capital.

Titular da Delegacia de Roubos e Furtos de Cuiabá (Derf), o delegado Roberto Pereira Amorim explica que as ocorrências de roubo e furto têm apresentado queda nos últimos anos dentro das estatísticas da Polícia, porém ainda são crimes que preocupam e afetam diretamente a sociedade. Ele detalha que as regiões citadas possuem características semelhantes, como a concentração elevada de pessoas, comércios e residências. Segundo ele, a situação figura como fator que acaba atraindo os grupos que realizam esses delitos. “Os indivíduos que praticam o crime de roubo além de cometer alguma violência, têm também a intenção de subtrair muito mais coisas”, comenta.

Conforme relatório da Derf, as ocorrências de roubo e furto no Morada da Serra somam 250 registros. Já no bairro Centro Norte, que compreende a região do Centro Histórico da Capital, foram contabilizadas 259 diligências. Na localidade que abrange o bairro Porto, 105 vítimas de furtos e roubos chegaram a registrar ocorrência junto à Polícia. Já os bairros Cidade Alta, Tijucal, Goiabeiras, Centro América e Doutor Fábio são classificados nos ranking como locais em que as ocorrências de roubo (ato de subtrair objeto alheio mediante grave ameaça ou violência) é mais frequente, liderando a lista da Polícia.

No que se diz respeito apenas ao crime de furto (ato de subtrair objetos alheios), as regiões do Bosque da Saúde, Centro Sul, Santa Rosa, Boa Esperança e Goiabeiras também são classificadas como locais de intensa ocorrência. Morador do bairro Boa Esperança, o representante comercial Rui César Guimarães, conta que durante o período que residia na rua 48 chegou a ter a residência assaltada por 6 vezes.

Atualmente ele mora em uma casa localizada na rua 9, onde os moradores pagam segurança particular. “Há pouco mais de duas semanas, um dos meus vizinhos teve o carro roubado em plena luz do dia. Ele estava lavando o veículo na calçada de casa, quando os criminosos o renderam e levaram o automóvel”. Aaposentada Maria Faria conta que pretende proteger um pouco mais a casa.

Segundo ela, os vizinhos já começaram a aumentar a altura dos muros e instalar cercar elétricas e de arame farpado. “Os casos de assalto não acontecem apenas nas residências. Há poucos dias, uma estudante foi roubada em frente a minha casa enquanto caminhava pela rua. O homem levou a bolsa da jovem. Não consegui ajudá-la, só ouvi ela gritar e quando cheguei ele já havia levado as coisas”. Cleber de Araújo trabalha há 1 ano como segurança nas ruas 50 e 10, do bairro Boa Esperança.
Ele conta que frequentemente ouve casos de roubos e furtos no bairro, mas diz que não tem medo. “Este é o meu trabalho”, comenta o homem que atua na área desde 2008. Na região, ele conta que é responsável pela segurança de 19 residências. 

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