Seis morrem em queda de bimotor Sêneca em Manso

Seis pessoas morreram na queda de um bimotor na Fazenda Buritizinho, região de Manso, a 105 km de Cuiabá. O acidente ocorreu por volta das 7h30 de ontem e foi testemunhado por um morador local. O bimotor Sêneca PT-RVI havia decolado na Capital com destino ao Pará.

Os passageiros Luis Augusto Ribeiro Araújo, 65, Orlando Eustáquio Ribeiro da Silva, 61, Marcelo Jung Pinheiro, 35, Jorge Antônio Correia dos Santos, 27, Evaldo Tadeu Monteiro Fortes, 40, e o piloto Magno Caetano Oslan, morreram na hora. Os passageiros eram geólogos e engenheiros e viajavam a trabalho. Dois deles eram de São Paulo e um de Minas Gerais.

O engenheiro florestal Evaldo Tadeu, o geólogo Marcelo Pinheiro e o piloto Magno Caetano moravam em Cuiabá. Evaldo Tadeu ficou conhecido em Mato Grosso após ser preso durante a Operação Curupira, da Polícia Federal, que investigava a exploração de madeira no Estado, em 2 de junho de 2005.

Marcelo era professor de Geologia do Centro Universitário Várzea-grandense (Univag), em Várzea Grande, desde 2003. O geólogo também trabalhava na Secretaria Estadual do Meio Ambiente (Sema).

A testemunha ocular do acidente, o braçal Nelsinho Alves Santana, 30, conta que estava saindo para trabalhar quando viu o avião, escutou um barulho estranho e, em seguida, um estouro. "Parei a bicicleta e fiquei olhando. De repente só ouvi um estouro e o avião começou a cair. Corri para o outro lado porque fiquei com medo de me ferir com estilhaço de vidro. Depois chamei a polícia", disse.

O Sêneca foi perdendo partes da fuselagem, motor e asas, durante a queda e caiu com as rodas para cima. Para retirar os corpos de dentro da aeronave, o Corpo de Bombeiros, a Aeronáutica e a Polícia Militar contaram com a ajuda da população local. Um trator foi usado para os trabalhos. As vítimas foram levadas ao Instituto Médico Legal (IML) para necropsia. Na tarde de ontem, familiares e amigos estiveram no local para reconhecimento.

A Agência Nacional de Avião Civil (Anac) informa que piloto e a aeronave estavam com a documentação regularizada. Uma equipe de técnicos do órgão esteve no local e investigará as causas do acidente.

A empresa que contratou o avião, que preferiu omitir o nome, promete encaminhar nota à imprensa hoje sobre o fato. Por enquanto, um dos diretores garantiu que assumiu toda a responsabilidade pelo traslado dos corpos das três vítimas que moravam fora do Estado: São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Os corpos foram liberados pelo IML por volta das 18 horas.

Tragédias - Esta é a segunda queda de aeronave registrada nos últimos dias em Mato Grosso. Um terceiro avião está desaparecido desde o mês passado. Em 30 de janeiro, o monomotor prefixo PT-UKV caiu em uma fazenda próxima a Ipiranga do Norte. O técnico agrícola Claudinei Piva, 22, morreu no acidente. O piloto Ednilson Vitor Gomes foi resgatado com vida e levado para o Hospital Regional de Sorriso. Ele teve fratura nos membros inferiores e lesões no punho. A Anac também investiga os motivos deste acidente.

Um monomotor, prefixo PT-NTR, decolou em Tangará da Serra no último dia 14 de janeiro e desapareceu. O vôo partiu de um aeroporto do município, que está interditado desde 2004. A Polícia Civil daquela cidade, que fez as primeiras diligências para apurar o sumiço da aeronave, confirmou que o monomotor utilizava álcool como combustível, o que é proibido pelo Departamento de Aviação Civil (DAC).