26.04.2016 | 14h31
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A quadrilha que se instalou no governo de Mato Grosso na gestão passada, e, segundo a Polícia Civil e o Ministério Público Estadual (MPE), era chefiada pelo ex-governador Silval Barbosa (PMDB), recebeu R$ 17,6 milhões em propina somente da empresa Consignum. A exigência de vantagem indevida aos empresários Fábio Drumond Formiga e Willians Paulo Mischur, dono da Consignum, bem como a prática de fraude à licitação por parte da organização criminosa, foi um dos alvos de investigação da 3ª fase da Operação Sodoma.
Diante dos fatos, a Delegacia Fazendária (Defaz) realizou uma nova diligência nesta segunda-feira (25) e prendeu o médico e empresário Rodrigo da Cunha Barbosa, filho do ex-governador. O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou 17 pessoas numa nova ação penal. Além de apontar Silval como o chefe, o MPE afirma que a quadrilha agia em conluio com o ex-deputado estadual José Geraldo Riva e o empresário e bacharel em Direito, Tiago Dorileo e Fábio Formiga.
Consta na denúncia do MPE que foi apurado pela Delegacia Fazendaria (Defaz) que ao longo do período de março de 2011 a dezembro de 2014, o empresário Willians dono da empresa Consignum que matinha contratado com o estado e era responsável por gerenciar a margem de empréstimo consignado que os servidores públicos tinham direito, pagou à quadrilha e a José Riva a importância aproximada de R$ 17.6 milhões.
Para se chegar a tal valor as investigações consideraram o valor mínimo de propina de R$ 500 mil, sendo que este valor variou até R$ 700 mil, e ainda a interrupção de pagamentos estimada em 8 meses. Os desdobramentos das investigações são resultados de delações premiadas feitas pelo ex-secretário da SAD, César Roberto Zílio e o ex-adjunto da Pasta, Pedro Elias Domingos de Mello, além da colaboração do empresário Willians Mischur. Os 3 foram presos anteriormente na Operação Sodoma, mas foram colocados em liberdade por colaborarem com as investigações.
César Zílio delatou Silval Barbosa
Reprodução![]() Trecho da denúncia mostra que César Zílio confirmou que Silval chefiava a quadrilha |
A exemplo de Mischur que já tinha afirmado que era “obrigado” a pagar propina para a quadrilha a mando de Silval, Barbosa, Zílio também revelou aos delegados que investigam o caso, que de fato, o ex-governador era o chefe do esquema e exigia que os empresários pagassem propina para que os contratos que mantinham com o Estado não fossem encerrados.
César Zílio revelou que nos primeiros dias da administração de Silval Barbosa já ocupando o cargo de Secretário de Administração, foi chamado ao gabinete do governador quando Silval pessoalmente lhe orientou a procurar o proprietário da empresa Consignum e lhe exigir o pagamento de vantagem indevida, sob o argumento de que o empresário precisava ajudar no pagamento das dívidas da campanha eleitoral para governador/ 2010.
Seguindo a determinação do líder da organização, Zilio solicitou a presença do empresário Willians Paulo na sede da SAD e, em seu gabinete, falando em nome do então governadore, agindo no interesse da quadrilha, condicionou a continuidade dos serviços executados pela Consignum ao pagamento mensal de vantagem indevida, justificando a exigência para saldar dívidas de campanha.
“Importante observar que, naquela ocasião, o contrato firmado com a empresa de WILLIANS – nº 013/2008/SAD/MT estava com o prazo de validade expirando, sendo possível sua prorrogação e, de forma astuta, a organização criminosa aproveitou esta situação, qual seja, o necessário aditamento contratual, para fazer com que o empresário se submetesse a sua vontade”, diz trecho da denúncia.
Por sua vez, Mischur relatou que perder o contrato vigente àquela época implicava em grande prejuízo ao seus negócios, pois havia realizado investimentos significativos desenvolvendo softwares que aumentaram a segurança das operações financeiras realizadas, evitando fraudes que no passado eram comuns e acarretavam prejuízos aos bancos e tomadores dos empréstimos. Esclareceu, ainda, que se fosse formalizada a noticiada rescisão, além de perder o contrato em Mato Grosso, poderia ter a imagem de sua empresa maculada junto às outras unidades da federação nas quais presta serviços, abalando sua reputação junto aos estabelecimentos bancários, e comprometendo, portanto, inúmeros outros contratos.
“Frente a tais considerações se viu obrigado a atender a exigência criminosa. Afirmou que na ocasião também foi firmado que os pagamentos seriam realizados até a dívida da campanha de governador/2010 ser paga , todavia, se estendeu ao longo de todo o mandato de Silval Barbosa”. O empresário Willians Mischur não foi denunciado pelo Ministério Público.
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DENUNCIANTE - 27/04/2016
É de conhecimento dos servidores de que as fraudes nos empréstimos consignados continuaram existindo. Conheço também caso de utilização de cartões de crédito do Banco BMG, por meio da consignum, em nome de servidor e sem autorização destes, operações de saque e pagamentos excusos. INVESTIGUEM AUTORIDADES QUE ENCONTRARÃO!!!
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