MAIO JULIENE 27.05.2019 | 07h38

yuri@gazetadigital.com.br
Otmar de Oliveira
Às vésperas de completar 7 anos, a morte da jovem Juliene Gonçalves, ainda causa inquietação. Não só pela cena brutal qual seu corpo foi exposto, mas também pela sensação de que a justiça não foi feita, já que nenhum suspeito do crime foi preso e julgado até hoje.
Nas primeiras horas do dia 28 de maio de 2012, o corpo de uma mulher jovem, negra, foi encontrado nu, pendurado na grade de um campo de futebol do Bairro CPA 3, em Cuiabá.
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Era Juliene. Ela estava amarrada pelo pescoço com uma calça jeans, a mesma que usava quando saiu de casa.
As investigações apontaram que ela foi morta asfixiada, enforcada com um fio de luz.
Principal suspeito do crime é A.R.S., hoje com 37 anos. Ele morava na mesma rua da vó da vítima, e na noite do crime, deu carona para ela e para um primo, que foi deixado primeiro em casa.
No dia seguinte, nas primeiras diligências do crime, A., foi apontado como a última pessoa a ter estado com Juliene. Ele foi preso e, em menos de 1 mês, teve a prisão revogada.
A Justiça entendeu que era preciso uma investigação mais cautelosa, apesar da polícia ter encontrado em seu carro um pedaço de fio de luz e o celular de Juliene.
Em busca de respostas
O advogado da família Gonçalves, Alberto Scaloppe, conversou com a reportagem do
e explicou que o inquérito da Polícia Civil já foi finalizado e entregue ao Ministério Público Estadual (MPE).
"Estamos tentando atuar em conjunto com o MPE, que até então, não estava convencido da culpabilidade do suspeito e por isso nenhuma denúncia foi oferecida até hoje".
Para o advogado, não há outro caminho que possa apontar novos suspeitos. “Tudo leva para o A., esse é o único caminho. Quanto mais tempo sem nenhuma denúncia, mais difícil fica para concluir o processo, seja para periciar o carro, os materiais encontrados, o DNA".
Há 1 ano como advogado da família, Alberto ressalta que o inquérito é muito angustiante, tal como a espera pelo MPE. "Estamos, de certa forma, amarrados, aguardando andamento do processo no órgão".
Ainda assim, ele é otimista. Não só para que o caso seja encerrado logo, mas também para aliviar a dor da família de Juliene.
"Já estamos esperando a denúncia do MPE, e vamos trabalhar para depois disso, acelerar o julgamento, não podemos esperar mais 6 anos. Queremos isso em até 3 anos”, disse.
No MPE
À reportagem, o MPE informou que o promotor Reinaldo Rodrigues de Oliveira Filho, ainda não elucidou os fatos e que, por isso, não ofereceu nenhuma denúncia criminal.
"O MP requisitou a identificações de telefones da vítima e de pessoas próximas para fazer o cruzamento de dados", diz trecho da nota do MPE.
Maio Juliene
O movimento Mulheres no Hip Hop Mato Grosso, desde 2016, se mobiliza para lembrar das vítimas de feminicídio, uma delas é Juliene.
Elas denominaram o ato como 'Maio Juliene', por ser um crime que resultou na exposão da vítima e também pelo sentimento de impunidade que se prolonga desde então.
Dos 207 homicídios registrados em Mato Grosso no primeiro trimestre deste ano, 24 envolvem vítimas femininas, e 12 foram identificados como feminicídios.
As mulheres que precisam de auxílio podem recorrer ao Disque 180, e às Delegacias Especializadas de Defesa da Mulher ou qualquer delegacia do município que reside.
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