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13.11.2025 | 10h50

Câncer de próstata; por que ainda é tão difícil diagnosticar precocemente?

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Eli Ambrósio

Divulgação

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O câncer de próstata é o tipo de câncer mais comum entre os homens, depois do de pele não melanoma. Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, ele ainda é cercado por tabus e desinformação — fatores que atrasam a detecção precoce e, consequentemente, reduzem as chances de cura.

 

Embora campanhas como o Novembro Azul tenham contribuído para aumentar a conscientização, muitos homens continuam a procurar o médico apenas quando apresentam sintomas, o que, na maioria das vezes, significa que a doença já está em estágio avançado.

 

O peso do estigma e da cultura masculina

Um dos maiores desafios no combate ao câncer de próstata está na cultura de que “homem não adoece” ou “não precisa de médico”. Esse comportamento, ainda muito presente, leva à negligência com a própria saúde.


Além disso, o exame de toque retal, fundamental para o rastreio da doença, ainda é alvo de preconceito e piadas, o que faz com que muitos homens simplesmente se recusem a realizá-lo.

 

É importante lembrar que o exame de toque é rápido, indolor e dura poucos segundos. Ele permite ao médico avaliar a consistência e o tamanho da próstata, ajudando a identificar alterações que o exame de sangue (PSA) pode não mostrar. Ambos — toque e PSA — são complementares e aumentam significativamente a precisão do diagnóstico.

 

Como médico de família, vejo diariamente o impacto da falta de acompanhamento regular. A maioria dos homens só procura atendimento quando já sente dor, urina com dificuldade ou observa sangue na urina — sintomas que, muitas vezes, indicam uma fase mais avançada do câncer. Consultas periódicas permitem acompanhar o histórico familiar, avaliar fatores de risco e indicar o momento certo para iniciar o rastreio, geralmente a partir dos 50 anos — ou dos 45, para quem tem histórico familiar da doença.

 

Diagnóstico precoce faz toda a diferença

Quando o câncer de próstata é identificado no início, as chances de cura ultrapassam 90%. Nesses casos, o tratamento tende a ser menos invasivo e com melhor qualidade de vida para o paciente.


Já o diagnóstico tardio aumenta o risco de metástase, necessidade de cirurgias mais complexas e efeitos colaterais que afetam a vida sexual e urinária do homem.

 

O grande desafio, portanto, não está apenas na tecnologia disponível, mas na mudança de comportamento. É preciso que os homens compreendam que cuidar da saúde é um ato de responsabilidade e amor próprio, não de fragilidade.

 

A importância da conversa aberta

A desinformação é um dos maiores inimigos da prevenção. Falar sobre o assunto de forma natural, dentro das famílias, nas empresas e nas unidades de saúde, ajuda a derrubar preconceitos.


O diálogo entre médico e paciente deve ser acolhedor, sem julgamentos, para que o homem se sinta confortável em discutir suas dúvidas e receios.

 

O câncer de próstata é uma doença silenciosa, mas altamente tratável quando diagnosticada precocemente.
Romper o tabu, realizar consultas regulares e fazer os exames preventivos são passos fundamentais para mudar o cenário atual.


Mais do que prolongar a vida, o objetivo é garantir que os homens vivam com saúde e qualidade.

 

Eli Ambrósio do Nascimento é médico de família e comunidade no Centro Médico TGA, em Tangará da Serra.

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