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28.06.2025 | 08h25

Como a falta de atuação farmacêutica impacta os cofres públicos?

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Valéria Gardiano

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Quando pensamos em desperdício de recursos públicos na área da saúde, geralmente imaginamos medicamentos vencidos ou compras inadequadas. No entanto, há uma dimensão silenciosa e contínua desse problema: a subutilização da atuação clínica do farmacêutico no Sistema Único de Saúde (SUS). Ignorar o potencial deste profissional é permitir que dinheiro público seja desperdiçado. Estudos apontam que os custos relacionados a problemas com medicamentos, como reações adversas e não adesão ao tratamento, podem chegar a bilhões de reais anualmente no Brasil.


O farmacêutico não é apenas o responsável pela dispensação; ele é peça-chave no cuidado racional ao paciente. Quando atua de forma efetiva — orientando o uso correto, identificando interações perigosas, acompanhando tratamentos crônicos e prevenindo reações adversas —, ele evita retrabalho e internações desnecessárias. Cada real investido no acompanhamento farmacoterapêutico pode gerar uma economia de até dez reais em custos com complicações, segundo dados de projetos-piloto na área.


Infelizmente, a realidade em muitas unidades de saúde é outra: farmacêuticos restritos a funções administrativas ou simplesmente ausentes do cuidado clínico. Isso abre espaço para desperdícios em larga escala: pacientes que não sabem como utilizar seus remédios; estoques que expiram sem uso; e o agravamento de doenças por falta de acompanhamento. O resultado? Reinternações e aumento do número de exames e consultas — tudo com alto custo para o Estado.


A ausência de uma política pública, conforme recomendado por entidades como o Conselho Federal de Farmácia, que integre plenamente o farmacêutico às equipes de Saúde da Família é um erro estratégico. Em um país com alto índice de automedicação e uso irracional de medicamentos, a presença técnica do farmacêutico funciona como uma poderosa barreira de contenção de gastos. Iniciativas pontuais em municípios brasileiros já demonstram que essa integração reduz significativamente os índices de hospitalização e o consumo de medicamentos de alto custo.


Portanto, é urgente repensar a assistência farmacêutica no SUS não como um setor coadjuvante, mas como uma área estratégica de economia e eficiência. Valorizar o farmacêutico é valorizar o dinheiro do contribuinte e o direito da população a um cuidado de qualidade. A atuação plena desse profissional não é custo — é investimento com retorno garantido.


Valéria Gardiano é farmacêutica e mestre em Imunologia e Parasitologia pela UFMT. Atualmente, é vice-presidente e conselheira regional do CRF-MT

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