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DEU EM A GAZETA 25.04.2022 | 07h08

361 mil mato-grossenses não têm acesso à moradia digna

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Dantielle Venturini

redacao@gazetadigital.com.br

João Vieira

João Vieira

Mais de 361 mil pessoas vivem sem acesso a uma moradia digna em Mato Grosso. No Estado, o deficit habitacional alcança mais de 140 mil famílias que não têm acesso a uma habitação segura e de qualidade. Os dados são da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania (Setasc-MT) que apontam ainda que os números representam 27% das pessoas inscritas no Cadastro Único. Em Cuiabá, são mais 91 mil famílias nessa situação.  

 

No país onde a habitação é um dos direitos fundamentais garantidos na Constituição Federal, basta passar por regiões periféricas das cidades, como na capital mato-grossense, para constatar a distância entre a lei e a realidade. Quando pensamos em deficit habitacional, pensamos apenas em famílias sem casa.  

 

O deficit habitacional vai além das famílias que não possuem um teto e abrange também moradias em situações precárias como casas improvisadas, cômodos e também as famílias que enfrentam os valores excessivos de aluguéis.  

 

Em Cuiabá, assim como em outras capitais, a falta de empenho em colocar em prática políticas de habitação já existentes tem levado cada vez mais pessoas a invasões de terrenos públicos, privados e áreas verdes formando assim aglomerados de moradias em vulnerabilidade social onde as famílias vivem a luta pela casa própria. No bairro Ubirajara, por exemplo, mulheres, idosos, pessoas com deficiência dividem um espaço particular invadido em um amontoado de barracas de lona e resto de materiais.  

 

A área, que é alvo de processo judicial, na última semana teve parte dos barracos destruídos, após uma decisão de reintegração de posse. Durante a ação, a defesa das famílias conseguiu suspender a reintegração por mais tempo, mas antes disso muitas famílias assistiram com tristeza suas casas ruírem em poucos segundos.  

 

Lucila Vicente Krauze, 67, em pé ao lado de suas coisas e apontando para os destroços que restaram no local lamenta a situação. “Aqui era tudo que eu tinha. Minha vida inteira morando de favor com as pessoas, quando pensei que tinha conseguido realizar esse sonho, tudo foi destruído”.  

 

O barraco era uma peça pequena, sem divisão, onde ela e o filho, que é alcoólatra e sofre de problemas de ordem mental, moravam. “Agora não tenho para onde ir, vou ter que pedir abrigo a parentes que também são apertados”.  

 

Assim como ela, Auteliza Cavalcante de Oliveira, 44, teve também seu barraco derrubado. Ela que morava no local com o marido e mais 4 filhos, todos menores de idade, lembra dos sonhos e da luta para construir sua “casa”. “Carregamos tudo aqui na cabeça, nas costas. Levantamos com materiais doados ou que achávamos. Aqui tinha o nosso suor e é triste saber que em segundo derrubaram tudo”. Agora ela conta que a família deve se abrigar na casa da sogra até conseguir levantar novamente o local.  

 

Em meio à pandemia da covid-19, em plena campanha “fique em casa”, que acontecia em um momento onde a economia era afetada, Nayara de Souza Moura, 21, era despejada de sua casa por não conseguir mais pagar o aluguel. “Já estava difícil para gente, antes da pandemia, honrar com o valor, mas depois ficou impossível”, lembra. Ela, que está grávida, o marido e outras 3 crianças moram desde então em um barraco improvisado na região do bairro Ouro Fino. O próprio marido foi quem levantou o barraco de um único cômodo. “Se eu sair daqui não sei para onde vamos, só temos isso aqui”.  

 

Leia a reportagem completa na edição de A Gazeta

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Comentários

Reginaldo Povoas - 26/04/2022

Infelizmente os únicos Governo do Estado que preocupavam com o social e a habitação para os pobres, foram dos CAMPOS, tanto Frederico, Julio em especial e Jaime Campos , construíram milhares de casas populares em Cuiabá, Varzea Grande e nas cidades do interior de MT. Lembro do CPA 1,2,3,4, do Tijucal, Morada do Ouro, Santa Amalia, Santa Inês, Dom Bosco, Santa Isabel,Cristo Rei. Trabalhei na antiga COHAB MT que lamentávelmente foi extinta pelo malfadado Governo do Dante de Oliveira e aí a política habitacional acabou de vez. Triste isso.

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