Amigos destacam 'legado inestimável' e 'presente para carreira' em despedida de jornalista

Texto brilhante, editor humano, culto e generoso. Estas são apenas algumas qualidades citadas por colegas para descrever o jornalista Anselmo Pinto, que faleceu no domingo (18), aos 53 anos. Conhecido pela gentileza e focado em fazer o bom jornalismo sempre, o comunicador passou pelas edições dos maiores veículos de comunicação de Mato Grosso, onde deixou a marca de profissional exemplar e incansável ao compartilhar conhecimento com aqueles que seguiam seus passos na busca por informação de qualidade e matérias claras levadas ao leitor.

“Anselmo foi meu primeiro editor-chefe, no Diário de Cuiabá, há 25 anos. Ainda estagiário de jornalismo, aprendi com ele mais do que técnicas e ferramentas jornalísticas. Anselmo sempre primou pela qualidade do texto, clareza, criticidade e, sobretudo, ética nas reportagens. Inspirou e influenciou positivamente gerações de profissionais em Mato Grosso. Deixa um legado inestimável”, relembra Daniel Pettengill, diretor-geral de jornalismo do Jornal A Gazeta e portal Gazeta Digital.

Colega de profissão e amigo há mais de 25 anos, o jornalista Rodrigo Vargas define Anselmo como “uma pessoa que fez a diferença na vida de quem começou a carreira com ele”.

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“Quando comecei, em 1998, no Diário de Cuiabá, trabalhamos juntos e depois ele se tornou meu editor. Isso foi fundamental na minha carreira. Foi realmente um presente. Para mim, ele tinha o melhor texto e me inspirei a tentar chegar perto disso. Era claro, preciso, ético. Não havia uma palavra fora do lugar ou sobrando”, relata o amigo.

Além de colega redação e amigo, Rodrigo e Anselmo também compartilhavam o interesse por cervejas e foram sócios na criação da Benedita, que começou com um hobby, mas ganhou destaque e hoje é fabricada pela cervejaria Louvada, que comprou os direitos de uso da marca.

“Começou de brincadeira. Compramos o kit, que não era caro, passamos a fazer as cervejas na minha casa. Não era algo sério, mas a Benedita se destacou e até hoje está no mercado. Depois dela, fizemos outras versões, mas não para o comércio. Realmente, uma grande tristeza esta perda tão precoce”, comenta o jornalista Rodrigo Vargas.

Nas redes sociais, centenas de mensagens reforçam o quanto o comunicador era conceituado na imprensa regional, tendo passado pelos impressos Jornal A Gazeta, Diário de Cuiabá e correspondente local ao O Globo. Seu último trabalho foi como editor chefe no Mídia News, mais antigo portal de notícias da Capital.

“Trabalhamos juntos na redação de A Gazeta, profissional de muita dedicação e ética”, diz Silvano Ferreira.

“Amigo, excelente jornalista, minha inspiração e o chefe mais humano que já tive. Acreditou em mim, como repórter, quando estava terminando a faculdade”, comenta a jornalista Rosi Medeiros.

Reconhecido em todo o estado, o governo de Mato Grosso, o Tribunal de Contas (TCE), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-MT), Prefeitura de Cuiabá lamentaram a morte do jornalista.

Natural de Rondonópolis (212 km ao sul de Cuiabá), Anselmo se formou em Jornalismo pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Em Mato Grosso foi repórter e editor dos mais importantes veículos.

O jornalista foi sepultado, no fim da tarde desta segunda-feira (19), no Cemitério Parque Bom Jesus de Cuiabá.