DIA DO ROCK 13.07.2023 | 12h29
yuri@gazetadigital.com.br
Apesar do grande apelo comercial para artistas e músicas de outros gêneros que figuram no mainstream, a cena underground cuiabana está viva. Bandas se encontram dentro de circuito de bares, festivais e coletivos, fidelizando o público, movimentando a economia e fazendo música de qualidade.
Um dos nomes responsáveis por isso é o do proprietário da Vendetta Produções, Vicente de Albuquerque Maranhão, que desde 2008 fomenta o heavy metal, o hardcore e já trouxa mais de 50 shows de bandas brasileiras e de 8 países diferentes para Mato Grosso.
“A cena tá viva, tímida e em reconstrução. Isso se deve, também, ao fato da reorganização das políticas culturais. Estamos retomando o fomento por meio das leis de incentivos”, lembrou ao .
Exemplo disso são os dois festivais que estão para acontecer agora no segundo semestre. Para Vicente, apesar de não serem totalmente voltados ao rock, eles abraçam os artistas locais que flertam com o gênero.
Além disso, há o circuito dos bares já conhecidos na cidade. “Antes, a gente não via isso. A galera queria tocar e não tinha onde. O movimento nasceu para ocupar esses espaços. Então, gera produção, engajamento, economia e público”.
Um desses bares é o Cavernas, que há 19 anos recebe nomes locais, nacionais e internacionais do heavy metal e do hardcore. “Ali é onde acontece o som mais pesado. O metal tem elementos mais fortes que o rock comercial, por exemplo, que é foco em outro bar, como o Malcom Pub”.
Shows todos os finais de semana
Jean Bass, que está na cena do rock há mais de 30 anos e é baixista da banda Power Trio Rock, conta que existia um sentimento de uma cena movimentada quando aconteciam os festivais na cidade – como o Calango e Grito do Rock, por exemplo.
Mas que, na verdade, os shows e as bandas continuaram mesmo com o fim desses festivais, mas atuando em um novo circuito. “Antes em Cuiabá os shows lotavam. Hoje é diferente, vamos para os bares. Em uma noite são vários que contam com bandas, mas não há mais shows grandes”, lembrou.
Lado positivo com as apresentações nos bares, segundo ele, é que os músicos passaram a ganhar dinheiro, o que muitas vezes não acontecia nos festivais locais. “Não tinha cachê, você ia, tocava, mas sem receber nada”.
Jean também destacou que eventos realizados por moto clubes e cervejarias dão preferência ao rock. “Esses eventos vieram para ajudar as bandas. O público abraça o rock e por isso, tem sempre espaço para apresentações”.
Com 17 anos de música, Camila Fidelis é vocalista da banca Camila Fidelis e os Fora da Lei e esteva presente quando o Espaço Cubo e Casa Fora do Eixo fomentavam a cena local. Ela lembra que foi um período importante especialmente para as bandas autorais, mas que o momento agora é outro.
“A Cena tá viva e continua a mesma. Agora, tem muita banda autoral acontecendo na cidade e o momento é outro, eles conseguem mais visibilidade com a ajuda das redes sociais, por exemplo”, disse ao .
Ela, que é intérprete de grandes nomes do rock feminino, explica que hoje as bandas conseguem produzir conteúdos que antes não tinham acesso, como filmagem de clipes.
Visibilidade e apoio
Pensando nisso, Cuiabá conta com espaços voltados para a produção e apoio para os artistas. Um deles é o Coletivo Supernova, que existe desde 2016 e abriu o espaço próprio em 2021.
Lucas Guimarães, vocalista da banda Miolo D’América, é um dos idealizadores do coletivo. Segundo ele, a ideia é “trazer os artistas para o coletivo e juntos construírem novas composições, som, produções”, disse.
“Em Cuiabá temos bastantes bandas e isso nunca enfraqueceu. O que aconteceu foi que a cena parou de aquecer. O espaço do coletivo é justamente para isso, é fortalecer o trabalho dessas pessoas, seja para ensaio, para produção, reunião”, lembrou.
A importância, para ele, é que a cidade não se torne "sucumbida por covers dos anos 1980". “Temos que pensar cada vez mais em trazer algo novo para atingir o público. A gente tá envelhecendo e se não tiver uma continuidade, vai acabar”.
O Espaço Supernova está aberto diariamente, a partir das 18h, na Coronel Escolástico, nº 347, no Centro. Lá tem ainda uma biblioteca, work zone e um bar.
Nessa mesma pegada, em 2021 o administrador Lucas Oliveira criou a gravadora Sumac Records, responsável pelo festival Baguncinha, que acontece em agosto na cidade e que vem abrindo portas para os artistas da cidade.
Movimento Vambora também é um dos atuantes na cidade. O objetivo é "democratizar o acesso do grande público a eventos culturais de qualidade com estrutura de grandes festivais", explicou a produtora cultural e presidente do movimento Silvana Cordova. Festival Vambora acontece em setembro.
Agenda de shows
Baguncinha, O Festival 2023, acontece no dia 19 de agosto na Arena Pantanal. São mais de 20 atrações em 3 palcos, sendo grande parte dos artistas locais e 3 nomes da cena nacional, sendo eles Duda Beat, Rael e Vhoor.
Dia 16 de setembro, para comemorar os 15 anos da Vendetta Produções, a banda de Death Metal Krisiun toca em Cuiabá. Local ainda será divulgado.
Festival Vambora, que acontece nos dias 28, 29 e 30 de setembro, também na Arena Pantanal, com shows de Criolo, Rashid e MV Bill.
Dia do Rock
Data foi instituída para lembrar o grande evento Live Aid, realizado em Londres, em 1985. No evento, grandes nomes do rock entoaram acordes de rock contra a fome na Etiópia.
Publicidade
Publicidade
Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
Publicidade
Publicidade
O Grupo Gazeta reúne veículos de comunicação em Mato Grosso. Foi fundado em 1990 com o lançamento de A Gazeta, jornal de maior circulação e influência no Estado. Integram o Grupo as emissoras Gazeta FM, FM Alta Floresta, FM Barra do Garças, FM Poxoréu, Cultura FM, Vila Real FM, TV Vila Real 10.1, TV Pantanal 22.1, o Instituto de Pesquisa Gazeta Dados e o Portal Gazeta Digital.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem a devida citação da fonte.
Sillene - 13/07/2023
É isso aí! Vicente sendo, sempre, assertivo e trabalhando para fortalecer a cena!
1 comentários