Especialista destaca importância de aumento no número de doadores

Celebrado neste sábado (20), o Dia Mundial do Doador de Medula Óssea é uma forma simbólica de agradecer doadores e incentivar o ato voluntário. O Registro Nacional de Medula Óssea (Redome), criado há 33 anos, aponta que 5,9 milhões de pessoas já se cadastraram ao longo desse tempo. Apesar dos números positivos, com 125 mil novos doadores anualmente, há ainda uma necessidade de novos voluntários para aumentar a probabilidade de achar doadores compatíveis com os pacientes da fila de espera.

A assistente fiscal, Lorena Ibanez, 25, se tornou uma doadora em janeiro de 2020. Após 2 anos de cadastrada, a voluntária foi convocada e ajudou a salvar a vida de uma menina que tinha 6 anos na época. A experiência mudou sua vida e até hoje mantém o contato com a família da criança.

“Eu sinto alegria, porque hoje eu tenho contato com a família que doei. Todos os dias, eles me mandam mensagem agradecendo, eles são muito gratos por ter dado uma segunda chance de viver a filha deles. Então, para mim, o meu maior sentimento é de gratidão de conseguir ter ajudado”, relata Ibanez.

A fiscal ainda relembra que procurou se cadastrar após presenciar a morte de pessoas que esperavam por um transplante.

“Eu já apresentei pessoas conhecidas a mim, à minha família, que precisavam da medula, mas, infelizmente, não conseguiram e faleceram. E também várias redes na internet que eu já vi que mostravam a importância da doação”, acrescenta.

Doação, doadores e pacientes

A coleta da medula óssea consiste na realização de dois procedimentos. Um deles ocorre de forma direta com uma agulha e seringa especial, em que se retira uma quantidade de medula. A segunda e mais usada atualmente é coletada pela veia. Os processos não apresentam risco nenhum ao doador.

A hematologista Maisa Rondon, 35, explica que, quanto maior for o número de doadores, maior há probabilidade de se encontrar uma medula compatível. Os pacientes que necessitam da doação apresentam doenças que afetam as células do sangue, como as leucemias. Ela ainda alerta que a fila de espera por um voluntário compatível é, geralmente, a parte mais longa do processo.

"O que demora é achar o doador de medula óssea que seja compatível. Ser um doador é importante porque a gente nunca sabe quando algum parente nosso vai precisar. Se a gente tiver um banco de dados mais extenso, a gente tem um aumento de probabilidade de encontrar um doador compatível para aquele paciente que naquele momento está precisando”, esclarece a especialista.

Conforme o Redome, Mato Grosso possui quase 73 mil doadores, entretanto, tem o menor número de voluntários da região Centro-Oeste. No momento, 239 pacientes do estado aguardam na fila de espera.

Seja um doador

No Estado, o procedimento de coleta é feito pelo único banco de sangue público de Mato Grosso, o MT Hemocentro, localizado na região centro-sul da capital. O transplante para o paciente ainda não é realizado na região.

Para se cadastrar, os interessados devem comparecer ao hemocentro ou então procurar o local mais próximo no site do Redome. Os doadores devem ter bom estado de saúde em geral e ter entre 18 e 35 anos. Durante o processo, será tirada uma amostra de sangue.

“Ser um doador é importante porque a gente nunca sabe quando algum parente nosso vai precisar. Se a gente tiver um banco de dados mais extenso, a gente tem um aumento de probabilidade de encontrar um doador compatível para aquele paciente que naquele momento está precisando”, finaliza a médica.