Fé, milagres e solidariedade marcam Novena de Santa Rita em Cuiabá

A tradicional Novena em honra de Santa Rita de Cássia, a Santa das Causas Impossíveis, está reunindo muitos fiéis desde o dia 13 de maio, na histórica Capela Santa Rita, localizada no cruzamento da Rua 13 de Junho com a Avenida Dom Bosco, região central de Cuiabá. As missas acontecem diariamente ao meio-dia até o dia 21. A celebração festiva será no dia 22, com procissão luminosa às 18h e missa campal às 19h, seguida de um jantar com cardápio regional.

A expectativa da organização é reunir mais de 5 mil pessoas durante a festividade. A celebração vai além da religiosidade: reforça o compromisso com a fé, a gratidão e a solidariedade, unindo a comunidade em oração e também em apoio a causas sociais.

Toda a arrecadação obtida com a venda de camisetas (R$ 45) e ingressos para o jantar (R$ 22) será revertida para a manutenção da capela e do Asilo Santa Rita, entidade filantrópica que atende 35 meninas entre 6 e 12 anos em situação de vulnerabilidade. A instituição é mantida exclusivamente por doações e nunca recebeu verbas públicas.

Maria Klara Duque

 

Quem desejar colaborar pode doar alimentos como arroz, feijão e refrigerantes em lata (Coca-Cola ou Guaraná Antárctica) ou ainda contribuir via Pix para o número (65) 9998-16797, em nome da Mitra Arquidiocesana de Cuiabá.

Milagres e testemunhos de fé fortalecem devoção a Santa Rita

Durante os dias da novena, inúmeros fiéis têm compartilhado histórias comoventes de superação, fé e gratidão. Milagres que, segundo os devotos, foram alcançados pela intercessão de Santa Rita, reafirmando seu título como a advogada das causas impossíveis.

Odílio Euzébio é o atual coordenador da Capela Santa Rita. Sua relação com a santa começou de forma íntima e inesperada. Ele e a esposa Dilma enfrentavam um processo trabalhista por anos sem solução. “Minha esposa estava com um processo de fundo de garantia parado, e resolvemos colocar a primeira página do processo aos pés da imagem de Santa Rita”, conta. Quatro meses depois, o advogado da família conseguiu o pagamento.

Desde então, a vida de Odílio se entrelaçou com a capela. Ele passou a frequentar a comunidade e, hoje, dedica-se diariamente à sua manutenção, até mesmo aos fins de semana. “Depois das invasões que tivemos, faço questão de vir sempre aqui para ver se está tudo em ordem. A capela virou extensão da minha casa”, diz emocionado.

Maria Klara Duque

 

Maria Helena, moradora de Rondonópolis (a 215 km de Cuiabá), é devota fervorosa de Santa Rita e vivenciou dois milagres marcantes, mesmo com a distância da sua cidade, ela continua enfrentando a estrada para estar nas missas. O primeiro milagre aconteceu quando seu filho sofreu um acidente grave, ficou em coma e foi internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Desesperada, ela ouviu um conselho da irmã: “Ela me disse para usar uma pétala da flor abençoada aqui da capela. Entrei na UTI, passei nele, e no dia seguinte ele acordou. Já fazia uma semana que ele estava desacordado. Foi um milagre”, conta. Ela carrega a pétala com ela na capa de proteção do celular, e sente que sua fé sempre está renovada.

Maria também enfrentou outra situação difícil quando recebeu o diagnóstico de câncer. Mais uma vez, recorreu à fé. Com orações e confiança na intercessão da santa, enfrentou o tratamento e foi curada. “Santa Rita me deu outra chance. Sei que foi ela quem intercedeu por mim”, afirma.

Coordenadora financeira da Capela, Patrícia Neves frequenta o local desde 2005 e, em março deste ano, viveu um milagre pessoal. Diagnosticada com câncer de pele, aguardava apenas a confirmação do tipo da doença para iniciar o tratamento. Fez a cirurgia preventiva e aguardou o resultado da biópsia, que atrasou por mais de 40 dias.

“Fiquei em oração constante, suplicando a intercessão de Santa Rita. No dia do retorno médico, em São Paulo, recebi a notícia: ‘É inédito, não é câncer’. Eu tinha em mãos um diagnóstico escrito, confirmando a doença. Mas Santa Rita intercedeu por mim”, lembra Patrícia, visivelmente emocionada.

Maria Klara Duque

 

Para além das graças alcançadas, a festividade tem um propósito concreto: manter viva a missão da capela e sustentar o Asilo Santa Rita. O local precisa de reformas urgentes, como impermeabilização de uma das laterais, pintura que não é feita há 15 anos e a construção de um muro de proteção para evitar novos furtos. Parte dos recursos arrecadados neste ano será destinada a essas melhorias.

Os reis da festa, Samira Martins e Francinei de Jesus reforçam o convite à população cuiabana e devotos de todo o estado: “Nossa novena segue até o dia 21 com missas ao meio-dia. No dia 22, às 17h rezamos o terço, às 18h saímos em procissão luminosa e às 19h teremos uma grande missa festiva. Quem puder colaborar com doações, seja de alimentos, bebidas ou financeiramente, estará ajudando não só a manter a fé viva, mas também a transformar a vida de muitas crianças”.