CONHECEU 10 PAÍSES 21.09.2025 | 11h50
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Arquivo pessoal
Assim como muitos brasileiros, Laura Lima, 28, sempre sonhou em viajar para o exterior e compartilhar experiências com culturas diferentes da sua. Desfazendo-se das amarras dos serviços tradicionais, a mato-grossense viu uma possibilidade no trabalho remoto de morar em outras nações. Após passar por 4 países da América do Sul e residir 2 anos na França, a brasileira está há 15 dias em Amsterdã, na Holanda.
A jornada fora do país começou há 4 anos. No entanto, a expectativa para uma mudança vem desde a infância. Natural de Porto Alegre do Norte (1.030 km de Cuiabá), Lima traçou metas para conquista dos seus sonhos. Primeiro mudou-se para a capital mato-grossense. Após terminar o Ensino Médio, foi cursar relações internacionais na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Depois de alguns semestres na graduação, porém, as aulas foram interrompidas devido ao início da pandemia, em 2020. Neste período, ela fazia estágio na startup Stone. Com nada que a prendesse ao Rio, ela passou 6 meses conhecendo estados no norte e nordeste brasileiro e trabalhando de forma online.
Após o enfraquecimento da pandemia, em 2021 e 2022, ela começou seu itinerário pela América Latina. Passando por Peru, Equador, Colômbia e Argentina e morando em Airbnbs e hostels. Os últimos dois países foram onde sentiu maior identificação. Ao ela conta como a vivência mudou sua própria percepção sobre sua brasilidade.
“Outra coisa legal de quando você viaja para fora, para a América Latina, você se descobre mais brasileiro. Você começa a valorizar sua cultura. Colômbia é um país que lembra muito o Brasil. Eles amam os brasileiros. É impressionante, a gente não se dá conta, mas os outros países veem o Brasil como referência”, diz a viajante.
Após retornar ao Brasil e finalizar o curso superior, surgiu a oportunidade de fazer uma pós-graduação no continente europeu. Sem muita pesquisa, optou pela França, na qual morou primeiro em Lyon e, após um ano, em Paris. No país do velho continente, se deparou com barreiras linguísticas e com a falta de receptividade dos franceses.
“É bem mais difícil do que a gente acha que é. Eu sempre me considerei como uma pessoa que se adapta a qualquer coisa, muito comunicativa. Quando eu fui para a França, foi um choque cultural muito grande”.
“As pessoas são muito fechadas, na França as pessoas te olham torto, é uma coisa meio chocante. Outra coisa é o assédio, a gente que não tem na Europa, e tem muito na França. Isso foi quando eu entrei, então foram coisas que marcaram muito”, relembra.
A imigrante ainda faz um alerta para as idealizações do velho continente, destaca também que o Brasil é mais avançado em algumas questões.
“A síndrome do vira-lata é muito grande. A gente acha que tudo acima da linha do equador é melhor, acha que tudo é maravilhoso, que funciona muito bem. Mas não, a França é superatrasada. A burocracia da França é ridícula. Qualquer coisa com o governo, você tem que enviar carta via correio. É bizarro. A gente tem o gov.br que até assinatura faz; aqui não tem isso”, acrescenta.
Apesar desses pontos negativos, a mato-grossense não se vê morando de novo no país natal. O que mais a prende ao exterior é a qualidade de vida e a segurança. Uma das questões favoráveis, por exemplo, é o acesso à cultura e a possibilidade de conhecer países em poucas distâncias. A viajante já visitou também Portugal, Espanha, Itália e Bélgica.
“É você ter oportunidades mais igualitárias. No Brasil, para você fazer uma carreira, para você atingir um certo nível e conseguir ter uma vida boa, você demora muito, trabalha muito e não é todo mundo que consegue. Tem todas essas coisas que fazem ser um país muito desigual. Na Europa tem, mas é um nível que não se compara”, finaliza.
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