08.06.2016 | 08h39
Já são 22 escolas ocupadas em Mato Grosso, desde o início do movimento. Os estudantes lutam por melhorias de infraestrutura, pelo aumento de verbas na merenda, segurança e o fim de editais que permitem parcerias privadas na Educação. O movimento foi deflagrado, em 22 de maio, com a ocupação da Escola Estadual Elmaz Gattas, em Várzea Grande.
Segundo o presidente da Associação Mato-grossense dos Estudantes (AME), Juarez França eles querem que o governador ouça a comunidade antes de contratar a empresa responsável pela gestão. “Queremos uma audiência pública com o governador. A cada escândalo troca um secretário da Secretaria para abafar, mas não vamos retroceder, até que as lideranças das ocupações recebam respostas à suas pautas”.
Pelo projeto do governo estadual, inicialmente, 76 unidades e 15 Centros de Formação de Professores passariam a ser administradas por uma empresa escolhida por meio de licitação. Ela ficaria responsável por obras de construção, reforma e manutenção das unidades. A área pedagógica permaneceria com os servidores públicos. Para os estudantes, seria o início de um processo de privatização da rede estadual de ensino.
O secretario de Educação, Marco Marrafon disse que a estrutura atual e o modelo não atende os alunos, hoje eles não tem a segurança e a estrutura adequada nas escolas. "Como vimos todos esses problemas, o nosso objetivo é dar segurança e melhores condições de estudos para todos os estudantes".
Segundo Marrafon toda a parte pedagógica ficará na mão do órgão público, não haverá cobranças por parte da Seduc. "As PPP'S são pensadas para melhorar a estrutura e construir novas escolas com 25% de economia e combate a corrupção dentro da gestão pública. Esse modelo vai trazer uma nova escola que ao final do contrato retorna ao patrimônio público".
O secretario ainda destaca que o projeto não está fechado, porque eles tem 4 meses para dar o aval. "Estamos na fase de manifestação de interesse. Agora iremos fazer as consultas públicas na Assembleia Legislativa,na internet e só aí é que iremos definir os termos corretos para o modelo".
Na Escola Estadual Ubaldo Monteiro, cerca de 100 estudantes pedem reformas nos espaços pedagógicos da unidade, novos aparelhos de ar-condicionado nas salas e que nenhuma turma tenha mais de 35 alunos. Hoje, segundo os estudantes, algumas classes têm mais de 65 alunos.
Outra reivindicação é a segurança. De acordo com os estudantes, profissionais de segurança da unidade de ensino foram demitidos e, assim, a escola fica desprotegida. Por isso, eles pedem que sejam contratados mais funcionários.
Ocupação
Atualmente estão ocupadas em Cuiabá as unidades Rafael Rueda; Caic do bairro Pedra 90; João Panaroto; Estevão Alves; Juarez Rodrigues; Pascoal Ramos; Raimundo Pinheiro; Diva Hugueney; José de Mesquita; Zélia Costa; e Padre Ernesto. Em Várzea Grande estão Ubaldo Monteiro; Marlene Marques de Barros; Porfíria Paula de Campos; Elmaz Gattas Monteiro; Fernanda Leite; Jayme Campos; Milton Figueiredo; e Elizabeth Bastos.
No interior do Estado algumas cidades também aderiram ao movimento, como Barra do Garças onde três escolas encontram-se ocupadas, sendo Irmã Diva, Gaspar Dutra e Cristino Cortes. E em Primavera do Leste está a escola Alda Gawlinsk Scopel. Contudo, conforme França, esse número pode ser variável e a qualquer momento outras unidades de ensino podem ser ocupadas.
Durante as ocupações, segundo o presidente da AME, Juarez França, os estudantes têm feito atividades e até se preparado para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Temos recebido muitas doações e isso mostra que a sociedade apóia a causa”. Ele informou que o governo ainda não fez nenhuma proposta e que os estudantes o aguardam nas escolas ocupadas.
Confira a entrevista de Marrafon sobre as PPPs
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Milho Disponível
R$ 66,90
0,75%
Algodão
R$ 164,95
1,41%
Boi à vista
R$ 285,25
0,14%
Soja Disponível
R$ 153,20
1,06%
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