Pedra 90 tem 40% dos casos de dengue, zika e chikungunya

Um dos maiores e mais populosos bairros de Cuiabá, o Pedra 90 é também o que concentra o maior número de casos de dengue, zika e chikungunya. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o bairro sozinho é responsável por quase 40% dos 815 casos de dengue registrados em Cuiabá. Detém ainda 51,4% dos casos de zika e 22% de chikungunya até o início de setembro.

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Na região, assim como quase por toda Capital, o problema, segundo os agentes de saúde, é antigo e está ligado ao lixo descartado de forma irregular e o armazenamento de água sem os cuidados necessários.

No bairro, embora parte dos moradores entrevistados afirme cumprir com sua tarefa dentro de casa, o cenário encontrado nas ruas e terrenos baldios é outro e demonstra parte da situação que contribui para que o Pedra 90 figure como o que mais tem casos.

A avenida Aricá, por exemplo, conhecida como a avenida do lixo, concentra uma enorme quantidade de materiais descartados de forma irregular como garrafas, potes, sofás, cama, entre outros. Francisca Carvalho, 65, mora próximo à avenida e afirma que só neste ano a via já foi limpa pelo menos 3 vezes. O caminhão passa retirando e as pessoas passam jogando.

Cuidadosa e preocupada com as doenças que o mosquito Aedes aegypti transmite, em sua residência ela conta que não há nem mesmo prato embaixo das plantas. Eu gosto muito de plantas, mas não deixo nada que possa virar reservatório. Jogo águas nelas e a água já corre. Além disso, afirma que faz questão de recolher os lixos encontrados por ela em sua rua. Eu não deixo nada que possa servir para acumular água.

A equipe de A Gazeta andou pelo bairro e identificou ainda muitos outros pontos de descarte irregular de lixo, além de encontrar muitos problemas também em relação ao armazenamento de água. Muitas casas possuem caixas no chão e que não estão vedadas da forma correta. Mas a reportagem flagrou também um caso em que a caixa dágua em cima de uma residência estava parcialmente aberta. No local, a moradora, que não quis se identificar, afirmou que não havia percebido a caixa aberta e que possivelmente a tampa teria sido arrastada pelo vento. Em outra casa a caixa estava no chão e não havia sobre ela nenhum tipo de vedação.