BC aumenta de 1% para 1,2% expectativa de crescimento da economia em 2023

O BC (Banco Central) elevou de 1% para 1,2% sua projeção de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços finais produzidos no país — em 2023, de acordo o RTI (Relatório Trimestral de Inflação) apresentado nesta quinta-feira (30).

Apesar da melhora, o BC afirma que a projeção ainda reflete uma desaceleração da atividade econômica neste ano, na comparação com os dois anos anteriores. “Espera-se que o crescimento no ano tenha contribuição relevante do setor agropecuário”, destaca o documento.

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De acordo com o BC, a desaceleração do ritmo de crescimento é influenciada pela redução do crescimento global e pelos impactos cumulativos da política monetária doméstica, que resultam na manutenção da taxa básica de juros no maior patamar desde 2017 na tentativa de conter a inflação.

Somente último trimestre de 2022, a economia nacional encolheu 0,2%, na comparação com o os três meses anteriores. A queda, no entanto, não impediu o crescimento de 2,9% do PIB no acumulado do ano passado, resultado impulsionado pela alta do setor de serviços (+4,2%).

Na análise setorial, a autoridade monetária prevê variações modestas ao longo deste ano para indústria, serviços e consumo, mas projeta crescimento de 7% do setor agropecuário neste ano, com prognósticos favoráveis para culturas com elevada participação no setor, como café, milho e soja.

"A agropecuária, contudo, deve apresentar dinâmica distinta, com crescimento expressivo no primeiro trimestre, decorrente principalmente da expectativa de elevado aumento da produção de soja. Este comportamento esperado para a agropecuária deverá contribuir para a alta do PIB no primeiro trimestre e para desaceleração no trimestre seguinte", afirma o RTI.

Na indústria, a projeção passou de estabilidade para alta de 0,3%, com piora na estimativa para a construção e melhora para as demais atividades. Já a projeção para o setor de serviços, motor do crescimento econômico no ano passado, teve ligeira alta, de 0,9% para 1%. Por outro lado, o RTI avalia que a construção desacelerou mais do que o esperado no final de 2022, com implicações para a previsão de 2023.