16.03.2007 | 03h00
A volta da Copa Gazeta ao Dutrinha, este ano, remete à própria história do futebol mato-grossense; uma sucessão de coincidências que seguem os objetivos da competição, que são os de resgatar a memória do futebol regional, reverenciar os craques do passado e homenagear os cronistas esportivos que marcaram época. Nesse clima de glamour do futebol arte, uma pesquisa deve culminar com a publicação de um livro, sobre a história do futebol mato-grossense, e, o Dutrinha é parte principal dela.
O trabalho está sendo desenvolvido pelo ex-atleta, técnico, ex-secretário de esportes do Estado e hoje diretor de projetos da Federação Mato-grossense de Futebol, Admir Neves Moreira, que foi personagem e protagonista de vários capítulos. Até 1942 não existia em Mato Grosso uma entidade responsável para organizar as competições oficiais de futebol de âmbito estadual. "Elas eram organizadas pelas ligas das respectivas cidades simpatizantes do esporte", explica o professor.
Em Cuiabá, entre as décadas de 1930/40, os jogos eram organizados pela Liga Esportiva Cuiabana (LEC), fundada em 11 de junho de 1936 e presidida pelo desembargador José Vieira do Amaral. A Liga era composta pelos seguintes clubes: Comércio Futebol Clube, Paulistano Futebol Clube, Americano Esporte Clube, Associação Atlética Tipográfica e Esporte Clube Destemido (já extintas), além de Mixto Esporte Clube e Clube Esportivo Dom Bosco (únicos remanescentes). As disputas eram realizadas no campo do Bosque Municipal, onde mais tarde se construiu o "Estádio do Comércio" (foto), o primeiro estádio de futebol de Mato Grosso. O clube era presidido pelo desportista Manoel Soares de Campos, que inaugurou a praça esportiva no dia 7 de setembro de 1936. No local, hoje está edificado o Colégio Liceu Cuiabano, na Praça General Mallet. Só em 26 de maio de 1942, os clubes e ligas fundaram a Federação Matogrossense de Desportos (FMD).
O Estádio Presidente Eurico Gaspar Dutra - "Dutrinha" foi construído só em 1952. As instalações do Liceu Cuiabano em 1944, inviabilizaram as disputas dos campeonatos ali realizados. O impasse criado despertou nos desportistas o interesse da necessidade da construção de um novo estádio, que seria o Estádio Presidente Dutra. A doação do terreno situado à Rua Joaquim Murtinho - Praça Benjamin Constant, com uma área de 25.650m2 para construção do novo estádio, foi feita pela Prefeitura Municipal de Cuiabá, através do prefeito Leonel Hugueney à Federação Matogrossense de Desportos (FMD), a José Monteiro de Figueiredo, presidente da entidade, no dia 2 de fevereiro de 1950.
A iniciativa da construção do estádio, deve-se aos abnegados desportistas Álvaro Miguéis, então presidente da FMD e Lenine de Campos Póvoas , que iniciaram a construção do muro do futuro "Maracanã cuiabano", denominação dada na época, face a recente construção do Estádio do Maracanã no Rio de Janeiro para a realização Copa do Mundo de 1950.
Por intermédio do deputado federal de Mato Grosso, João Ponce de Arruda, junto ao General Eurico Gaspar Dutra, então presidente da república na época, foram liberados um milhão de cruzeiros para a conclusão das obras do estádio. Lenine de Campos Povoas, deu continuidade ao trabalho desenvolvido pelo seu antecessor, finalizando as obras de construção do considerado na época o maior estádio de futebol do oeste brasileiro.
A pesquisa de Moreira relata que o presidente Dutra esteve em Cuiabá em 1952, para a inauguração do Estádio, mas que ao constatar que o imóvel não foi construído conforme previsto no projeto, um "mini Maracanã", recusou-se à inaugurá-lo.
O estádio foi declarado tombado como patrimônio histórico de Cuiabá, pela Lei Municipal 2.761 de 25/05/1990, de autoria de vereador Emanuel Pinheiro, como forma de preservá-lo.
Este é apenas um breve resumo de um dos capítulos do trabalho que Moreira está desenvolvendo na FMF. O professor fala com entusiasmo sobre a idéia.
"Pretendemos abrir um concurso para acadêmicos e pesquisadores, para contarem a história do futebol mato-grossense e posteriormente publicarmos um livro", disse Moreira, que sonha em ver construído no Verdão, o Museu do Futebol Mato-grossense.
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