respeito à memória 08.03.2021 | 16h09
Foto: Reprodução/Twitter
A carta aberta divulgada no sábado (6) e assinada por religiosos e intelectuais que criticaram a gestão do governo federal durante a pandemia, afirmando que o Brasil é uma “câmara de gás a céu aberto”, recebeu o repúdio de entidades que representam a comunidade judaica brasileira.
O motivo da indignação foi a referência às câmaras de gás usadas pelo nazismo para assassinatos em massa de judeus e outras vítimas durante o Holocausto.
Para as entidades, a comparação banaliza os trágicos acontecimentos daquele momento, perpretados por uma fábrica de mortes institucionalizada, em uma política baseada na crueldade, na intolerância e no antissemitismo, que assassinou 6 milhões de judeus e outras milhões de pessoas de distintos grupos, etnias e nacionalidades.
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"Nada é comparável à dor e o sofrimento de uma guerra. Ainda mais, na Segunda Guerra Mundial, quando judeus e outras minorias eram enviados às câmaras de gás e aos fornos crematórios. Não toleramos a banalização do Holocausto e sua comparação infeliz com quaisquer fatos que ocorrem nos dia de hoje", declarou a Fisesp (Federação Israelita do Estado de São Paulo).
Também a Conib (Confederação Israelita do Brasil) reiterou, em forma de declaração oficial, sua contrariedade em relação à publicação.
"A Conib, que reúne todas as federações israelitas do país, repudia mais uma vez comparações completamente indevidas do momento atual com os trágicos episódios do nazismo que culminaram no extermínio de 6 milhões de judeus no Holocausto.
Essas comparações, muitas vezes com fins políticos, são um desrespeito à memória das vítimas do Holocausto e de seus descendentes. A Conib inclusive criou uma campanha contra a banalização do Holocausto, para que possamos entender melhor as verdadeiras dimensões dos fatos e assim contribuir para um melhor entendimento do presente."
O documento em questão reuniu a assinaturas, entre outros, do economista Márcio Pochmann; do padre Julio Lancelotti; do teólogo Leonardo Boff; da historiadora Marina Maluf; do religioso Dom Mauro Morelli; do cientista Miguel Nicolélis; do escritor Frei Betto e do compositor, cantor e escritor Chico Buarque de Holanda.
No dia seguinte à divulgação da carta, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Ernesto Araújo, que está em Israel junto com uma comitiva do governo, também manifestou o seu repúdio.
"É uma colocação totalmente absurda e acho que é ofensiva para comunidade judaica de todo o mundo e também para não judeus que, como nós, vemos a especificidade da coisa horrível que foi o Holocausto. Qualquer comparação que banalize, ainda mais uma comparação tão absurda quanto essa, é algo que não ajuda ninguém e que prejudica a ideia de que nunca mais possa haver nada como o Holocausto", declarou o ministro.
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