Capitão da PM de Brasnorte é exonerado por agredir soldado com 'gravata' e humilhações

Comandante do 1º Pelotão de Polícia Militar de Brasnorte, o capitão da PM Cirano Ribas de Paula Rodrigues, 40, foi exonerado da corporação por atos racistas e agressões contra um soldado cujo nome será preservado. O superior teria xingado por diversas vezes o subordinado e quebrado seu celular quando a vítima tentou filmar as humilhações sofridas. O caso ocorreu nessa quarta-feira (18), por volta das 5h da manhã no posto de gasolina Happy 77, no centro da cidade de Brasnorte (579 km a noroeste de Cuiabá).

Consta no boletim de ocorrências que, segundo relato da vítima, em tom ameaçador o capitão Cirano teria dito que ele e seu irmão, que também é cabo na corporação, e que já foram comandados por ele, eram “dois bostas e dois merdas”, que não são nem policiais, e são “dois cornos” e que o cabo somente está com sua esposa por interesse em seu dinheiro.

Neste momento, o soldado teria pedido ao capitão que respeitasse a ele e sua família, contudo, o capitão o chamou para ir aos fundos do posto afirmando que lá não haveria câmeras e que lá iria lhe dar uma lição. Com a negativa do soldado, o capitão teria o chamado de “negro” e que não serviria nem para ser soldado, reiterando os xingamentos chamando-o de “cachorro” e ordenando que sentasse no chão pois “cachorro e preto senta no chão”.

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Novamente ele teria voltado ao assunto anterior, afirmando que até uma testemunha, que estava junto deles e presenciando a humilhação teria “dormido com sua esposa”. A vítima afirma ainda que toda a humilhação sofrida por ele teria sido presenciada também por funcionários do posto.

Diante do ocorrido, ele afirmou ter se levantado e pegado seu celular para filmar o acontecido, momento este o capitão teria desferido um golpe mata-leão e pego o celular a força e quebrado o aparelho ao meio. A versão da vítima é corroborada por funcionários do posto e outras testemunhas presentes no local, que flagraram a cena e chamaram a polícia para conter os ânimos.

No local as equipes constataram que ambos estavam nervosos e sob o efeito de bebida alcoólica. Mesmo diante dos colegas de farda, o capitão prosseguiu com as injúrias afirmando que o filho recém-nascido do soldado era fruto de traição, chamando-o de corno. Uma arma foi recolhida no local.

Os policiais solicitaram que o irmão do soldado fosse busca-lo e o levasse para casa, e durante sua chegada o capitão, ao avistar os dois, os desafiou para ir atrás de "um caminhão onde não haveria câmeras".

O soldado ainda relatou que anterior ao fato, em uma confraternização, o capitão teria agredido e ameaçado um dos presentes. Já ao se deslocar ao posto, avistou o capitão agredindo com tapas a mesma pessoa.

Diante dos fatos foi elaborado boletim de ocorrências e também tomadas as medidas administrativas internas.

A reportagem do entrou em contato com a Polícia Militar que informou que exonerou ainda na quarta-feira (18) o comandante do 1º Pelotão de Polícia Militar de Brasnorte. "A instituição ressalta que a Corregedoria-Geral instaurou procedimento administrativo para devida apuração dos fatos. A PM reforça que não coaduna com nenhum tipo de crime ou atividade ilícita por parte de seus integrantes".