Linha que matou menino é potente e 'quase uma navalha', diz delegado

A linha chilena com cerol que provocou a morte do menino Davi Almeida Franco, de 9 anos, na tarde de domingo (26), em Várzea Grande, foi apreendida pela Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). De acordo com o delegado Michel Paes, o material é extremamente cortante e pode agir “como uma navalha”, dependendo da velocidade em que é usado.

O acidente ocorreu enquanto Davi andava de bicicleta. Segundo informações preliminares, o menino teria sido atingido no pescoço pela linha de pipa com cerol e morreu ainda no local. O perito da Politec relatou que o corte foi muito profundo, “a ponto de quase decepar a cabeça da vítima”, o que impediu qualquer chance de socorro.

Durante entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real, o delegado Michel Paes classificou o caso como “uma situação lamentável” e informou que a ocorrência está sendo investigada como homicídio culposo – quando não há intenção de matar.

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“A princípio, trabalhamos com duas hipóteses. Davi pode ter sido atingido enquanto corria de bicicleta atrás de uma pipa, ou a linha atravessava a rua e acabou atingindo ele quando descia de bicicleta. Ainda não conseguimos identificar quem estava soltando pipas no local”, explicou o delegado.

Conforme a DHPP, o local do acidente é frequentemente usado por jovens para soltar pipas, e o uso de cerol é comum, apesar de ser proibido por lei. “Mesmo quando não há vítimas, o simples uso de linha com cerol já configura crime, porque coloca em risco a vida e a integridade de outras pessoas”, destacou Paes.

Os peritos constataram que a linha apreendida tinha cola, substância que torna a mistura mais resistente e perigosa. “Ela segura o vidro de forma muito firme, e conforme a velocidade, corta como uma navalha”, descreveu um dos peritos.

O laudo pericial deverá apontar a dinâmica exata do acidente. A bicicleta usada pela vítima foi recolhida pela família.