'Nunca vou esquecer o que vi', diz filha de terapeuta morta pelo marido em MT

“Nunca vou esquecer o que vi, a forma que te vi, a dor que senti”, disse a filha mais velha da terapeuta capilar Gleici Keli Geraldo de Souza, 42, assassinada com golpes de faca pelo marido, o engenheiro agrônomo Daniel Frasson, 36, na manhã de terça-feira (24), em Lucas do Rio Verde (354 km ao norte de Cuiabá). A irmã mais nova dela, uma menina de 7 anos, também foi esfaqueada e está na UTI em Cuiabá.

“Hoje o dia amanheceu cinzento, chuvoso e frio. Pelo jeito, não foi à toa. Eu te vi ontem, você estava rindo e brincando, como sempre. Se eu sequer imaginasse como seria a manhã, teria te abraçado mais forte e jamais te soltado”, disse.

Conforme apurado pelo , a jovem, que é biomédica esteta, flagrou a cena do crime e acionou a tia, irmã de Daniel, que em seguida, ligou para um amigo. O homem foi o responsável em resgatar a menina de 7 anos, irmã da jovem e levá-la para o hospital.

“Nunca vou esquecer o que vi, a forma que te vi, a dor que eu senti. Mas, também, nunca vou esquecer o quanto você era linda, autêntica, compassiva e amorosa. Estamos bem chorosos por aqui, sentindo a sua falta desde já. Em compensação, tenho certeza de que o céu está em festa”, continuou.

A jovem ainda ressaltou que, o que a conforta, e saber que Gleici é muito amada por cada pessoa que a conheceu e que ela não passou despercebida por essa vida, além de ser lembrada pela alegria.

“Não sei se existe vida depois daqui, se existe algo além, mas te prometo que se tiver como, te escolherei como minha mãe em todas as próximas vidas. Foi um prazer dividir essa com você. Que Deus te receba com todo o amor que você entregou”.

Por fim, ela promete a mãe que vai continuar cuidando da irmã, que segue internada na UTI de um hospital particular de Cuiabá. Apesar da gravidade do caso, a criança está estável.

Já o corpo de Gleici foi levado para Tangará da Serra, onde será velado até o meio da tarde desta quarta-feira (25). O sepultamento está previsto para acontecer às 16h30.

Daniel, que tentou suicídio após matar a esposa e esfaquear a filha, foi levado para uma unidade de saúde, passou por um procedimento cirúrgico e segue internado sob custódia policial. Não há previsão de alta e nem mesmo de quando ele vai ser ouvido oficialmente. Caso segue sob investigação.

O caso

Como já noticiado, a Guarda Municipal foi acionada por volta das 6h55. Inicialmente, a denúncia relatou que 2 pessoas estavam esfaqueadas dentro da casa, no bairro Bandeirantes, sendo uma mulher e uma criança.

Quando a equipe chegou, encontrou a irmã de Daniel na porta. Ela contou que ele matou a esposa e esfaqueou a filha. Dentro da residência, em um corredor, ele foi encontrado sentado, com sangramento intenso no tórax, próximo do coração.

No final do corredor, a polícia entrou no quarto e encontrou o corpo de Gleici, na cama, sem sinais vitais. Ao menos 6 perfurações foram identificadas no local, que foi isolado para os trabalhos da Polícia Civil e Perícia Oficial (Politec).

Daniel foi levado para uma unidade de saúde pelo Corpo de Bombeiros. No caminho, questionado sobre os fatos, afirmou que atacou as duas enquanto elas estavam dormindo e, depois, desferiu uma facada em si mesmo.