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farmácia e empresa de energia fantasmas 02.09.2025 | 17h02

Tráfico de drogas era 'negócio de família', que abastecia 2 facções em MT e Nordeste

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As investigações da Operação Conductor, deflagrada nesta terça-feira (2), apontaram que o grupo criminoso fornecia drogas para pelo menos duas facções criminosas, sendo uma em Mato Grosso e outra no Maranhão. Ao todo, foram cumpridos 91 das 95 ordens judiciais expedidas contra integrantes do grupo, que atuava com tráfico de entorpecentes e lavagem de dinheiro nas regiões de fronteira de Mato Grosso e metropolitana de Cuiabá. Apenas 4 mandados de prisão ainda não foram cumpridos.

 

Foram apreendidos R$ 29 mil em espécie, 5 veículos e 190 munições, além de 12 mandados de prisão cumpridos, sendo que um dos alvos também foi autuado em flagrante por posse ilegal de arma de fogo. As ordens judiciais foram cumpridas pela Delegacia Especializada em Repressão aos Crimes de Fronteira (Defron) e da Delegacia Especializada de Repressão ao Crime Organizado (Draco) de Cáceres, que investigaram o grupo por mais de um ano.

 

Leia também - Advogado é preso apontado como líder de quadrilha que movimentou R$ 100 milhões; veja nomes

 

Modus operandi

O principal alvo da operação, apontado como líder do grupo criminoso, o advogado Douglas Antônio Gonçalves de Almeida, 32, conhecido entre os integrantes como "Doutor", exercia o controle sobre o transporte de drogas, armazenamento e distribuição na região metropolitana de Cuiabá.

 

“Era ele quem determinava os dias em que o transporte seria realizado, mantinha o controle da viagem de forma remota, efetuava o pagamento e era responsável pela manutenção da van utilizada como instrumento do crime. Ele também controlava o armazenamento da droga e definia para quem seria entregue. A irmã dele também está envolvida e executava suas ordens quanto à distribuição”, afirmou a delegada Bruna Laet, responsável pela investigação do caso.

 

As apurações apontaram que, além da irmã, outras 5 pessoas da família integravam o grupo criminoso: a esposa, a mãe, o irmão, a tia e a cunhada. A irmã era a responsável pelo recebimento das drogas em Várzea Grande e distribuição aos destinatários, além de movimentar dinheiro do tráfico em contas tanto de pessoa física quanto jurídica.

 

A investigação começou após a prisão de um homem de 31 anos, no dia 12 de abril de 2024, em Cáceres, pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Ele estava transportando 153,8 kg de cocaína em seu veículo, um Renault Master Eurovan, que simulava ser utilizado para o transporte de passageiros.

 

Conforme a delegada Bruna Laet, esse investigado era o responsável por transportar a droga entre os municípios da fronteira e Várzea Grande. Ele recebia R$ 30 mil por viagem. Sua esposa sabia dos crimes e teve dinheiro das ações transferido para a conta dela. Por isso, ela também foi alvo da operação. Ao todo, ele movimentou R$ 402 mil em sua conta em 2023 e R$ 610 mil em 2024.

 

A ligação entre o motorista preso e a família do "Doutor" era um homem de 34 anos. Era ele quem mantinha contato com o motorista. O investigado recebia valores altos do líder do grupo criminoso e chegou a movimentar, entre 2022 e 2024, mais de R$ 3,7 milhões. A investigação apontou também fortes evidências de que ele integra uma facção criminosa.

 

Há ainda entre as 31 pessoas físicas e 8 pessoas jurídicas, um morador de Cáceres, de 48 anos, com passagem por tráfico de drogas, que recebeu R$ 6 milhões em sua conta em 2024, sendo que ele trabalha perfurando poços e mora em uma casa humilde — o que chamou atenção da Polícia Civil.

 

Lavagem de dinheiro

Entre as empresas de fachada utilizadas para lavar o dinheiro do tráfico, estava uma de energia solar, com endereço em Cuiabá, que em 2024 movimentou R$ 23 milhões. As investigações apontaram que a empresa, aberta em 2020, também era utilizada para receber valores de uma facção criminosa presente em Mato Grosso, por meio de reclusos no sistema penitenciário.

 

Outra empresa era uma farmácia, cujo endereço fica no bairro Dom Aquino, em Cuiabá, porém, o prédio não existe. Além disso, o capital social da empresa saltou, em 2024, de R$ 5 mil para R$ 800 mil.

 

“O relatório de análise fiscal apontou que a empresa declarou rendimentos de R$ 548.794,16 em 2023 e R$ 219.994,20 em 2024, mas movimentou mais de R$ 13 milhões em 2024. Ou seja, há uma discrepância entre o declarado e os créditos. É evidente que ela era utilizada para fins de lavagem de dinheiro proveniente do tráfico de drogas”, afirmou a delegada Bruna Laet.

 

Também havia empresas em funcionamento utilizadas para lavagem de dinheiro, como uma empresa de alimentos, que vendia sonhos, e uma distribuidora de bebidas. Ambas estão em Cuiabá.

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