Deputado cita posturas contraditórias de Mendes em projetos e 'média com bolsonaristas'

O deputado estadual Lúdio Cabral (PT) avaliou que o debate sobre as eleições de 2026 ocorre cedo demais e que em função disso os candidatos da direita têm se desentendido cada vez mais frequência pela disputa de vagas que devem surgir. Ele acredita que o governador quer “colar” no bolsonarismo e chegou a citar que a própria aprovação de projetos, principalmente relacionados ao meio ambiente, tem tido vies eleitoreiro.

“O debate das eleições de 2026 está antecipado. Do lado de lá, na direita e na extrema-direita, tem candidato demais para cargo de menos, eles já começaram a se ‘bicar’, a se estranhar”, disse em entrevista ao programa Tribuna, da Rádio Vila Real (98.3).

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O parlamentar ainda mencionou que projetos ligados ao meio ambiente teriam cunho eleitoral. Como exemplo, Lúdio citou o polêmico PL 1833/2023, de autoria do deputado Gilberto Cattani (PL), aprovado neste mês pela Assembleia, que reduz as distâncias para aplicação de agrotóxicos em lavouras em diferentes tamanhos de propriedades rurais. Também lembrou da Emenda Constitucional que limita a criação de novas áreas Unidades de Conservação no Estado; e ainda o pedido recente do Executivo estadual em considerar o artigo 243 da Constituição Federal para garantir a legalidade da expropriação de terras onde haja desmatamento ilegal ou queimadas criminosas.

“De um lado, o governador querendo fazer média lá fora com os países que comercializam com o nosso estado, porque, na prática, aqui não há iniciativa concreta do governo do estado para proteger o meio ambiente. Do outro, a gente tem uma lista de projetos aprovados lá na Assembleia e aí todos concordam, não tem discussão entre eles, que prejudicam o meio ambiente”, criticou.

Lúdio ainda relembrou a viagem do governador Mauro Mendes (União Brasil) ao Rio de Janeiro no dia 16 de março para participar do ato que pedia a anistia dos condenados e presos pelos ataques do 8 de janeiro à sede dos Poderes em Brasília em 2023, que em sua visão, serviu para aproximar a imagem do chefe do Executivo a do próprio Jair Bolsonaro para atrair votos.

“É contraditório. Numa semana o governador faz essa fala e na semana anterior ele estava lá em Copacabana, e participando de um ato da extrema-direita, tentando fazer média com o eleitorado do ex-presidente da república. Então, eles que se entendam nesse conflito entre eles”, concluiu.