Pai retira denúncia de agressão após filho assumir Funai

Uma semana após ter assumido a presidência da Fundação Nacional do Índio (Funai), o delegado da Polícia Federal Marcelo Augusto Xavier da Silva conseguiu fazer com o que seu pai, Nilton Xavier, 71 anos, retirasse a denúncia de lesão corporal e ameaça, registrada no dia 4 de janeiro deste ano em Novo São Joaquim (485,2 Km ao leste de Mato Grosso).

O pedido foi feito pelo próprio Nilton na delegacia do munícipio no último dia 1º de agosto.

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De acordo com o boletim de ocorrência, Nilton teria afirmado que o atual presidente da Funai teria começado a xingá-lo e ameaçá-lo, chegando a desferir um soco que pegou de raspão o rosto dele.

"Narra o comunicante/vítima que na data acima estava no Distrito da Cachoeira da Fumaça junto da sua esposa, parentes e amigos na residência do Dr. Yan. Que sem motivo aparente, o seu filho/suspeito, Marcelo Augusto Xavier da Silva, começou uma discussão com o mesmo e proferiu ameças e xingamentos do tipo #Cuidado quando o senhor vier para a fazenda, enfia essa fazenda no c...., põe seu dinheiro no c....", diz trecho do documento policial que o teve acesso.

Ainda de acordo com o BO, a esposa do pai do presidente da Funai também teria sido ameaçada e xingada.

Procurado pela reportagem, o delegado regional Adilson Gonçalves de Macedo confirmou o pedido de renúncia do pai do presidente da Funai. Segundo ele, as precatórias que estavam em andamento para que testemunhas fossem ouvidas, não serão mais necessárias. Delegado afirmou que encaminhará a denúncia ao Ministério Público (MP) de Mato Grosso.

"O pedido foi feito agora no dia 1ª de agosto e diante dessa situação vamos encaminhar ao MP para seu arquivamento", disse o delegado.

Marcelo Augusto Xavier da Silva tomou posse no dia 24 de julho. Ele está na PF desde 2008. Segundo informações da revista Época, ele já tinha sido rejeitado em um concurso público anterior por ter sido reprovado na avaliação psicológica - mas passou no segundo.

Ainda de acordo com a revista, ele já teria sido investigado em duas ocasiões internamente na PF por sua conduta. Também teria sido afastado de uma operação de expulsão em terra indígena, por suspeitas de estar colaborando com os intrusos.