06.11.2013 | 00h00
Fellini morreu há vinte anos. Tinha recebido o Oscar pelo conjunto da obra, mas sua vida estava acabando. Logo depois, teve um infarto e foi-se. Giulietta Masina, sua mulher por 50 anos, já estava doente e morreu logo depois dele. Já faz vinte anos. Tudo agora faz vinte anos e parece outra era, a era analógica, quase uma pré-história de hoje. Era outro cinema; ele, Bergman, Antonioni tinham uma grandeza hoje perdida.
Eu me alimentava de Fellini; meu primeiro filme se chamava ‘O Circo‘, onde fui atrás das gordas rumbeiras do subúrbio carioca, dos vagabundos da arena, dos palhaços sem graça e dos ‘bacalhaus‘ maltratados, fui em busca desse grotesco brasileiro, pois ali estava nossa fragilidade. Nunca mostrei o povo como ‘brava gente‘ ou como ‘explorados‘, num lamento impotente; nunca gostei de heróicas personagens populares, com a chatíssima ‘nobreza rude‘. Muito mais pungente era a fragilidade dos pobres desejos herdados do ‘neo-realismo‘ que Fellini poetizou para além do realismo duro. Claro que os companheiros do Partidão me rosnavam: ‘Esse cara é um pequeno burguês!..‘. Odiavam sua doçura e seu repertório de singelas realidades: ‘Muito personalista...Fellini só fala de si mesmo.‘...
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