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08.05.2024 | 14h36

Até que a morte os separe

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Margareth Botelho

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Em nenhuma parte, seja no Antigo ou no Novo Testamento, a frase “Até que a morte os separe” está escrita textualmente ou citada como dita por Deus e seu filho Jesus Cristo. Mesmo assim é respeitosamente seguida por várias correntes religiosas, especialmente as cristãs, encerrando celebrações de matrimônio. Noivas, noivos e celebrantes atribuem o momento como o mais grandioso de um casamento.


É a hora do ‘frio na barriga’, de assumir novas responsabilidades, de gerar filhos, de conhecer o amor incondicional, de constituir um lar até o fim da vida. Teólogos acreditam que a frase ‘Até que a morte os separe’ vem do livro de Mateus, capítulo 19-6, quando Jesus fala sobre o casamento e afirma: “Assim, eles já não são dois, mas sim uma só carne”. E incluem o capítulo 19-9, quando Jesus disse: “portanto o que o Deus juntou não o separe o homem”.


Sem envolver casamentos e as promessas divinas, a partir desse versículo as polêmicas entre religiões foram estabelecidas e embalaram guerras com um saldo de mortes assustador. O passar do tempo na Terra trouxe descobertas que dividiram ainda mais as civilizações. Por trás de inúmeras dúvidas, a vida eterna passou a ser a grande questão. Reis fundaram seus reinados e começaram a travar batalhas buscando a perpetuação no poder e a eternidade.


Ainda em pleno século 21, vida após a morte sustenta debates cada vez mais efervescentes. A teoria dos cristãos é de que a alma será levada para o céu ou inferno, conforme foi a vida na Terra. Evangélicos tradicionais afirmam que a vida eterna está ligada à segunda vinda de Jesus Cristo à Terra. No judaísmo, a alma não morre. No hinduísmo, a morte leva o corpo físico, mas a alma parte para outra dimensão. No budismo, a morte não mata o espírito que pode reencarnar como um ser humano ou até como um animal.


Desde quando Allan Kardec, educador e escritor, codificou a doutrina espírita, muito chão homens e mulheres vêm percorrendo. Para o estudioso, “era preciso superar dois impasses da modernidade: a religião dogmática que caía no fanatismo de que Deus quis assim e a ciência ateia que não percebia os valores mais aprofundados da humanidade”.


Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2,2% da população brasileira se declara espírita, o que torna o Brasil o país com o maior número de adeptos, somados aos cerca de 30 milhões que são simpatizantes. Os debates sobre a vida após a morte e a teoria da reencarnação têm atraído mais pessoas. Para quem perde um parente ou um amigo e crê nos ensinamentos do espiritismo, embora a dor seja profunda há um alento sobre uma outra existência.


Então além de desmontar dogmas, como o fim da vida após a morte, espíritas vêm conquistando espaços e atraindo cada vez mais interessados em aprofundar conhecimentos. A física quântica entrou nos debates e defende a visão de que a convergência entre o pensamento científico e a espiritualidade é inevitável e já estaria em curso.


A teoria de que existem outras vidas além da Terra e inclusive vivendo em esferas que não conseguimos ver está cada vez mais próxima de se confirmar. E nessa realidade instigante de se conhecer a doutrina, estudiosos garantem que almas gêmeas existem, da mesma forma como o amor de mães, pais e filhos pode ser universal ou aquele entre amigos onde o carinho e a enorme simpatia prevalecem também tem igual origem.


Santo Agostinho, teólogo e filósofo que nasceu em 354 d.C, defendia a tese da forma como era possível no tempo em que viveu. Embora considerado um brilhante estudioso do cristianismo, ele escreveu textos e poemas que tratam a morte como algo que não representa a finitude da vida. A reflexão a respeito do tema tem sua forma mais ousada nas palavras transformadas em versos de “A morte não é nada”. (seguem trechos)


“A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho. Eu sou eu, vocês são vocês. O que eu era para vocês, eu continuarei sendo. Me dêem o nome que vocês sempre me deram, falem comigo como vocês sempre fizeram.... A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado... Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do caminho. (Santo Agostinho)

 

Em tempo – Esse e outros temas serão abordados em Congresso Espírita, que será realizado em Cuiabá de 30/05 a 2 de junho. 

Margareth Botelho é jornalista em Cuiabá

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