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03.09.2025 | 12h04

O uso indiscriminado da testosterona; alerta sobre os riscos da reposição hormonal

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Fernando Cruz

Divulgação

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Nos últimos anos, cresceu no Brasil o interesse por terapias hormonais, em especial a reposição de testosterona. Divulgada muitas vezes como solução para cansaço, perda de libido, dificuldade de emagrecimento e até como "fonte de juventude", essa prática tem atraído cada vez mais homens e mulheres. Mas é preciso cuidado: o uso indiscriminado da testosterona pode trazer riscos sérios à saúde, especialmente quando feito sem indicação adequada e sem acompanhamento médico.

 

A testosterona é um hormônio naturalmente produzido pelo corpo — nos homens, principalmente pelos testículos, e nas mulheres, pelos ovários e pelas glândulas suprarrenais. Ela tem papel essencial no desenvolvimento muscular, na densidade óssea, na disposição, na função sexual e até no equilíbrio emocional.

 

Com o passar do tempo, é normal que os níveis de testosterona diminuam, mas isso não significa que todas as pessoas precisam de reposição. A indicação deve ser individualizada, baseada em sintomas clínicos claros.

 

O perigo do uso sem critério

Muitos pacientes, influenciados por promessas rápidas de melhora estética ou aumento da performance, recorrem à testosterona de forma indiscriminada. Isso pode trazer efeitos colaterais importantes, como:

 

- Aumento do risco cardiovascular (infarto, hipertensão, trombose);

- Alterações no fígado;

- Crescimento anormal de pelos e acne;

- Alterações no colesterol;

- Alterações no humor e comportamento;

 

Nas mulheres, pode causar engrossamento da voz, irregularidade menstrual, hiperplasia de clítoris e até infertilidade. E algumas dessas alterações são irreversíveis.

 

Ou seja, ao invés de trazer saúde, o mau uso da testosterona pode gerar complicações graves.

 

Outro ponto que merece atenção é o uso dos implantes de reposição hormonal — pequenas cápsulas inseridas sob a pele que liberam testosterona e outros hormônios por meses. Apesar de práticos, estes implantes têm se tornado objeto de uso indiscriminado, muitas vezes oferecidos como solução “milagrosa” para rejuvenescimento ou emagrecimento rápido.

O problema é que, uma vez aplicados, o controle da dose se torna difícil, já que não é possível ajustar a liberação do hormônio. Além disso, nem sempre há estudos de longo prazo que comprovem a segurança de algumas formulações utilizadas.

 

O que deve ser feito?

A reposição hormonal pode, sim, trazer benefícios quando bem indicada. Em pacientes com diagnóstico confirmado de deficiência hormonal, acompanhados por especialistas e com exames regulares, ela melhora sintomas e qualidade de vida.
Mas é fundamental lembrar: hormônio não é suplemento. O uso deve ser prescrito de forma criteriosa e responsável, considerando os riscos e benefícios de cada caso.

 

Um alerta necessário

O que se vê hoje é uma banalização da testosterona e dos implantes hormonais. Esse alerta é necessário para que pacientes compreendam que o que parece solução rápida pode trazer consequências sérias. A decisão de iniciar uma terapia desse tipo ainda é algo não recomendado por todas as federações internacionais devido a falta de segurança comprovada por estudos clínicos de longo prazo.

 

Lembre-se a sua segurança é o mais importante e é possível realizar reposição hormonal com responsabilidade, resultado e segurança, desde que bem acompanhada por um especialista. 

 

Fernando Cruz é ginecologista na Clínica Vida Diagnóstico e Saúde e na Fetal Care.

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