14.01.2025 | 13h31
Divulgação
A Organização Mundial de Saúde Animal – OMSA confirmou na última semana um caso de febre aftosa próximo a cidade de Berlim, na Alemanha. A doença vem à tona no centro da Europa novamente depois de mais de 40 anos. A febre aftosa é uma doença viral que incide sobre bovinos e suínos, e tem um impacto econômico gigantesco principalmente em países onde a pecuária de corte e leite são fundamentais para a economia.
Aqui no Brasil o último evento foi em 2006 no estado do Mato Grosso do Sul, próximo a divisa do Paraguai, e apesar de já se passarem quase 20 anos, o tema ainda tira o sono de muita gente, afinal todos se lembram do desastre que aconteceu com o preço da arroba do gado.
De lá para cá foi uma verdadeira corrida das entidades privadas em organizar a cadeia de prevenção. Fundos indenizatórios foram criados, programas de prevenção e vigilância implantados e muito foi feito no empoderamento dos serviços de defesas estaduais com veículos, pessoal e estrutura de trabalho para evitar que o vírus voltasse ao cenário.
Hoje há quem jura de pé junto que não existe vírus circulante no Brasil, e os testes de sorologia mostram que realmente foi feito um trabalho muito bem feito entre os produtores, estados e governo federal principalmente em relação à vacinação obrigatória. O trabalho deu resultados tão bons que o Brasil ousou implantar um plano de retirada da vacina obrigatória, o Plano Estratégico do Programa Nacional de Erradicação da Febre Aftosa – PNEFA.
Com isso, o Brasil entra para a lista seleta de países com o status sanitário livre de aftosa sem vacinação, o que dará acesso à carne bovina produzida aqui a mercados extremamente exigentes, como o Japão, por exemplo, e quanto mais exigente, melhor a remuneração, essa é a regra. Mas o fato é que desde abril de 2024 não se aplica uma dose sequer de vacina por aqui, e em maio próximo, na Bela cidade de Paris, seremos oficialmente reconhecidos pela OMSA.
E como Inês já é morta, começa aí um novo ciclo, o da vigilância.
Será cada vez mais importante e necessário o serviço de defesa oficial. Monitoramento, vigilância, investimento, capacitação e pessoal farão parte de um mantra que deverá ser repetido diariamente pelas autoridades brasileiras, afinal são 240 milhões de bovinos e bubalinos andando por todo canto do país.
A prevenção será o nosso lema, já que não temos mais pontes para voltar.
O serviço de defesa oficial será o único responsável daqui por diante pela manutenção desse status, e isso irá requerer muito investimento em pessoal, equipamentos e estrutura, sobretudo nas áreas de fronteira internacional, lembram do caso de 2006?
Ah, os fundos estaduais serão essenciais, ou alguém aí acha que o governo federal vai fazer isso sozinho? E no final do dia é justo até porque o maior prejudicado se alguma coisa der errado será o próprio produtor rural.
Por fim, só nos resta orar e vigiar.
Luciano Vacari é gestor de agronegócios e CEO da NeoAgro Consultoria.
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