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03.09.2006 | 03h00

Os magros também sofrem

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A briga com a balança é constante e há quem inclusive frequente academia para reverter a situação e se sentir melhor com o próprio corpo. Afinal de contas, a auto-estima passa pelo aspecto físico. Mas engana-se quem pensa que tais palavras se referem às pessoas acima do peso. Os magros também sofrem desse dilema estético - que inclusive pode influenciar no convívio social.

A dificuldade em ganhar peso e superar a magreza excessiva pode ser um tormento para muitas pessoas e, assim como a obesidade, pode ser sinônimo de doença. Quando o índice de massa corpórea, o IMC, atinge níveis abaixo de 18 a saúde começa a flertar perigosamente com a desnutrição, que costuma vir acompanhada de outros sintomas além da magreza, como fraqueza, queda de cabelos, inchaço, alterações da cor da pele e outros.

Nicolas Murata, 21 anos, é um exemplo de quem, seguindo os cálculos do IMC, está com o peso ideal para a altura que tem - ele mede 1,86 e pesa 68 quilos. Mas nem sempre foi assim, tanto que ele chegou a fazer academia e tomar suplementos para ganhar peso. "Já quis ganhar massa. Mas o que importa hoje é saúde", diz ciente dos cuidados que deve tomar.

Além de cursar o quarto semestre do curso de enfermagem, Nicolas trabalhou três anos numa farmácia. Ou seja, ele sabe bem sobre o que fala. E aconselha: quem tomar suplementos deve fazer exercícios ou academia, senão cria barriga. E aliar tudo, claro, a uma dieta balanceada, pois como o próprio nome diz, essa fonte de energia suplementa alimentação, não a substitui.

Com um histórico familiar de magreza, desde os 13 Nicolas é "esbelto". Após entrar para uma academia, ele ganhou dez quilos. "Hoje malho de vez em quando, só para manter o peso", informa ele que, por praticar esportes, encara a magreza como uma vantagem.

O estudante diz não ter problemas para achar roupas e nunca enfrentou uma situação ruim por causa do porte físico. Claro, quando jovem teve de ouvir as clássicas piadinhas, mas ele as levava na brincadeira. Até no que diz respeito a namoradas ele se mostra otimista: "Isso não atrapalha. Acho que tem gosto para tudo", diz.

Mas é verdade que nem com todo mundo é assim, já que, por causa dos apelidos e das piadinhas, a auto-estima de um adolescente magro costuma ser baixa - assim como a dos "gordinhos". Nessas horas a família e os amigos devem fazer a diferença e o próprio jovem deve se valorizar, já que a questão estética não é tudo na vida. O contato com as outras pessoas não deve sofrer tanta influência desse "detalhe".

A médica nutricionista Vânia Monteiro de Arruda, que atua na área há 23 anos, diz que os meninos são os que mais a procuram quando o assunto é ganhar peso. "Eles querem ficar "sarados". E para eles isso é difícil", diz. Já as meninas dificilmente a procuram com o intuito de emagrecer. "Elas acham ótimo. Às vezes procuram emagrecer ainda mais", afirma.

Nicolas é um magro e saudável. Porém, não é possível afirmar que magreza é sinônimo de saúde sem afastar todas as doenças possíveis de causadas pela perda de peso. Ele mesmo fala sobre: "É sinônimo de saúde (a magreza), mas não vou dizer que a pessoa anêmica é saudável. Depende do organismo de cada pessoa", ressalta. "Hoje posso falar que sou magro. Nos últimos cinco meses eu emagreci cinco quilos", completa.

Para ganhar peso, aconselha Vânia, é preciso fazer uma reeducação alimentar e uma dieta hipercalórica - com suplementos, por exemplo, "para aumentar o apetite e aumentar a absorção dos nutrientes", explica a nutricionista.

Genética - A estudante de publicidade e propaganda da UFMT, Aline Marques, 20 anos, é um exemplo. "É genético. A minha mãe é assim, meu irmão também é magro. Não há muito o que eu possa fazer", explica. Ela até gostaria de ganhar um pouco de peso - "Uns três quilos" -, mas se diz tranquila por não encarar isso como um problema a ser resolvido - contudo, ela chegou a ir ao médico quando mais jovem para verificar essa situação.

Aline é do tipo que faz inveja aos "gordinhos", pois come de tudo e não ganha peso. E o que é pior: sem nenhum resquício de culpa. Mas há uma explicação: além da questão genética, uma coisa é certa: ela mantêm o peso porque ingere apenas a quantidade calórica que gasta diariamente. Essa é uma característica do magro saudável: uma histórico de sempre ter sido magro e se alimentado bem.

Mas assim como os obesos costumam perder peso e ganhá-lo novamente, os magros ganham e o perdem também. Mas isso é bem diferente do famigerado "efeito sanfona", que no obeso causa uma sobrecarga no coração. Já no magro, não. Mesmo assim é preciso. "Eu só não quero é perder peso", diz Aline, que pela sua estatura e peso ganhou um lúdico apelido da avó: vara de cutucar estrela.

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