nostalgia e segurança 12.02.2024 | 17h00

redacao@gazetadigital.com.br
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Com tanta informação ao mesmo tempo, e inúmeras opções de filmes e séries, há quem prefira viver a sensação nostálgica de rever obras audiovisuais que marcaram época e trazem a certeza da "escolha certa".
Atualmente, há quem chame essa ação de “cinema conforto”, uma tendência recorrente entre os jovens e muito comentada nas redes. Um estudo recente do Telecine revelou que 73% dos brasileiros optam por ver obras já conhecidas. Mas o que causa a busca pelo já conhecido?
O
conversou com 3 jovens que enxergam na telinha um refúgio e sempre buscam as mesmas obras em momentos específicos de suas vidas para reviver a sensação de satisfação com o que, de certa forma, os completa.
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A arquiteta Vitória Vasconcelos, 23, contou que seu filme de conforto é “De repente 30” e que já assistiu mais de 10 vezes a obra. A sensação de acolhimento é a mesma de quando assistiu pela primeira vez na TV ainda pré-adolescente.
“Eu amo a obra, pois tem uma vibe anos 2000, retrata uma mulher ‘forçada’ a ser adulta e independente, além de valorizar e exaltar a importância das relações com quem amamos. [...] A vibe nostálgica é muito gostosa e me faz pensar em como foi importante aproveitar os tempos de criança e adolescente, quando tudo era mais simples”, conta.
Na mesma linha de Vitória, está a auxiliar de cartório Alana Borges, 25, que encontra em “Diários de um Vampiro” o conforto que precisa. Sempre que pode, faz “maratonas” do seriado.
“Tenho várias outras séries que assisto com frequência, mas essa sempre foi especial. Já perdi as contas de quantas vezes maratonei e lembro como se fosse hoje a primeira vez, o primeiro episódio que assisti, eu tinha apenas 13 anos. Hoje, 12 anos depois, continuo assistindo com a mesma emoção”, relata.
Assim como as jovens, o estudante de jornalismo Igor Moreno Rodrigues, 21, tem como conforto o desenho animado "Avatar: a lenda de Aang", no qual tem a sensação de que ambos amadureceram conforme o tempo se passava, enquanto outros desenhos ficaram parados no tempo.
“Avatar tem tantos temas interessantes e bagagem cultural na sua produção, que mesmo após adulto me encanto sempre que assisto, mesmo sendo um desenho ‘infantil’. Tem um personagem que lembra meu avô, tem umas frases que ficam ressoando na cabeça”, diz o estudante.
Para explicar o porquê do fenômeno, o
conversou com o psicólogo e especialista em psicoterapia analítico-funcional, Gabriel Mendes.
Segundo ele, buscar conforto em obras e no conhecido é algo natural do ser humano, mas faz-se necessário prestar atenção com que frequência isso acontece, uma vez que, pode ser um sinal de alerta.
“Buscar conforto em obras, coisas, ambientes e afins conhecidos faz parte da nossa existência. Entretanto, há de se ter o cuidado de perceber se a busca pelo conforto do conhecido não está sendo utilizada de maneira exacerbada para fugir de elementos da realidade que estejam causando algum tipo de sofrimento”, explica o profissional.
O psicólogo complementa que todos precisam de momentos de conforto e segurança, mas que isso se tornaria um problema ao representar uma fuga da realidade.
Para Gabriel, existem várias explicações para o “cinema conforto”, mas ressalta que os seres humanos atrelam suas experiências a determinados pontos focais, explicando a nostalgia, assim como a segurança do conhecido, a certeza daquilo que se vai consumir e o desejo de visitar o universo daquela obra mais uma vez.
“Rever um filme pela nostalgia pode ser uma forma de voltar ou rememorar certas experiências, ou sentimentos que tivemos há tantos anos enquanto consumíamos aquela obra. Ter novamente aquela sensação agradável de ser uma criança despreocupada enquanto assiste a um desenho retrô, por exemplo”, finaliza.
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