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DEU EM A GAZETA 13.04.2025 | 06h47

Com 54 anos e sem nenhuma reforma, UFMT está deteriorada

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Cristiane Guerreiro

redacao@gazetadigital.com.br

João Vieira

João Vieira

Referência em ensino superior do Estado, a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá, nunca passou por reforma desde a sua fundação. Com 54 anos de existência, apresenta sinais claros de sucateamento. Nesse tempo, apenas alguns prédios passaram por manutenções paliativas e a ausência de reformas causou precariedade estrutural. Estudantes, professores e funcionários convivem diariamente com infiltrações e rachaduras nas paredes, goteiras, tetos caindo, salas deterioradas, além de outros problemas.

 

Segundo a reitora Marluce Aparecida Souza e Silva, o telhado, as instalações elétricas e sanitárias são as mesmas de mais de 50 anos atrás. As manilhas são antigas e arrebentam com frequência. Tudo foi se deteriorando com o passar dos anos e a estrutura dos prédios está cheia de problemas. Isso oferece riscos à segurança.

 

Ela explica que a universidade não tem nem mesmo o alvará do Corpo de Bombeiros, sendo necessário realizar adequações urgentes em sua estrutura, que serão providenciadas.

 

Marluce assumiu a reitoria em outubro do ano passado. Ela conta que encontrou orçamento zero, com o corpo de trabalho reduzido, com muitos servidores cedidos para outros órgãos. Houve atraso na aprovação do orçamento pelo Congresso Nacional. Fiquei novembro e dezembro sem dinheiro. Este ano, também em situação crítica devido à redução do orçamento anual repassado pela União para a UFMT.

 

Segundo Marluce, a universidade recebia R$ 1,1 bilhão e agora, com a aprovação no Congresso Nacional, reduziu 5 milhões desse montante. 80% desse valor já vem comprometido com pagamento de servidores ativos e aposentados. Então, resta para o custeio e manutenção de todos os campi -Cuiabá, Sinop, Várzea Grande e Araguaia -, apenas R$ 133 milhões. A maior parte desse valor (60%) fica para o campus de Cuiabá.

 

Ela ressalta que o corte no orçamento trouxe dificuldades, por exemplo, com o pagamento de passagens, de diárias, de aquisição de materiais de consumo e outros. A gente vai tirando aonde consegue, deixando de lado algumas manutenções e compras, pois o recurso é insuficiente, sendo priorizado o pagamento da energia elétrica, água, empresa que faz a limpeza, bolsa dos estudantes, restaurante universitário, entre outros. Só com o custeio de energia são cerca de R$ 1 milhão por mês. Temos a instalação de usinas fotovoltaicas dentro da universidade, mas ainda não estão impactando positivamente nas contas, mas estamos tomando as providências para fazer todas as ligações, registros e medições.

 

Situações mais críticas

O prédio da biblioteca central e o casarão são considerados os mais críticos e com necessidade de reformas urgentes. A reitora explica que o prédio da biblioteca tem espaço físico maior do que os demais e o seu problema estrutural é grave. Só para reformar a biblioteca seriam gastos cerca de R$ 15 milhões, se for fazer tudo que precisa. Tanto na parte de cobertura, parede e instalações. Talvez não seja possível realizar acabamento, por exemplo, mas a ideia é pelo menos garantir a segurança do prédio. No subsolo, onde funcionava uma cantina, virou um rio de água. Mesmo que haja o escoamento da água, não tem condições de uso, pois fica em uma baixada e há problemas quando chove.

 

O casarão, onde funciona a unidade administrativa e as quatro pró-reitorias, têm muitas rachaduras. É preocupante. Então, é necessário também um novo projeto para reforma.

 

Segundo Marluce, a parte de projetos da reforma dos prédios está sendo realizada pelos próprios professores e alunos de arquitetura e engenharia, que formaram um grupo de trabalho para isso, porém o problema é a falta de dinheiro. A primeira coisa que a universidade tem que fazer é buscar o recurso, elaborar o projeto arquitetônico, o projeto orçamentário e o projeto elétrico, para verificar quais são as possibilidades do recurso atender na totalidade aquela demanda. Se não atender a totalidade, priorizamos as questões principais e, nesse momento, em relação à biblioteca, é o seu alicerce, a sua estrutura. Precisamos fortalecer essa estrutura e precisamos de um serviço de engenharia muito especializado.

 

Recursos

A reitora afirma que, de início, solicitou R$ 60 milhões para as intervenções no campus Cuiabá, porém recebeu R$ 21,5 milhões para trabalhar e enfrentar as dificuldades em 2025. Parte deste valor (R$ 13,5 milhões) é proveniente de emenda da bancada e o restante são emendas individuais, mas ainda é um dinheiro que não está em caixa. Porém, recebemos o documento e estamos esperando autorização do governo federal. Esse valor deve ser pago de maneira parcelada.

 

Segundo Marluce, dentro da emenda de bancada, o recurso seria destinado para a reforma da casa do estudante, revitalização da UFMT, que pode abranger a parte do telhado, sala de aula, reforma de banheiros e melhorias nas instalações sanitárias e elétricas, por exemplo. Esse valor não é suficiente pela demanda que existe, mas daria para socorrer ao menos uma parte do telhado, priorizando os prédios em situação mais grave. Também seria priorizado arrumar a portaria, pois um caminhão tentou atravessar a guarita e derrubou parte estrutura.

 

Apelo à sociedade

A UFMT retomou a campanha Amigos da UFMT. Essa é uma campanha para reunir pessoas que queiram nos ajudar. Pode ser financeiramente, ou doações, e empréstimo de veículos e equipamentos, além de mão de obra como, por exemplo, um dia de trabalho de um eletricista, de um encanador, de um ferragista, e outros profissionais que possam atender no que a universidade precisa. A meta é agregar o maior número de pessoas que prezam pela universidade pública e de qualidade, destaca a reitora.

 

Segundo Marluce, essa campanha foi abandonada por gestões anteriores e o intuito é voltar a fortalecer os laços com a sociedade civil. Faremos mutirão e atividades envolvendo a comunidade. É uma ação de solidariedade para socorrer a UFMT.

Para aderir à campanha basta informar o interesse através do e-mail amigosdaufmt@ufmt.br. Todas as instruções serão enviadas aos interessados.

 

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Comentários

Júlio Gonçalves - 14/04/2025

Infelizmente as última administrações da UFMT conseguiram o que tanto buscaram! Nunca faltou dinheiro, faltou gestão! UFMT nunca deixou de ter obras de ampliação e reformas intermináveis! Faltou mesmo foi cadeia pra combater a impunidade pelo desrespeito ao erário público!

Diego Siqueira - 14/04/2025

Quando alguém te perguntar se vc já imaginou o que seria do Brasil depois de 30 anos de PT, leve-o na UFMT e responda: não precisa nem imaginar. Falei esses dias atrás para minha esposa que a UNIVAG é a única faculdade minimamente decente em Cuiaba e Vg, o restante viraram antros de petistas onde a doutrinação esquerdista é unida à máxima incompetência educacional. Acho até mesmo que precisamos de uma política nova só para resgatar o ensino superior em Cuiabá, algum tipo de politica de isenção de impostos para faculdades privadas que investirem na cidade oferecendo cursos modernos, alinhados às demandas atuais da nossa sociedade e com obrigatoriedade de manter o campus livre da ideologia de esquerda. As públicas não dá nem para dizer “joga no lixo” pq elas são piores que o próprio lixo. Ficaria mais real dizer “joga o lixo nelas”.

Souza - 14/04/2025

É com imensa tristeza que constatamos que nossa honrada UFMT, da qual sou egresso, esta como a doutrina esquerdista deseja. Sem educação superior pública de qualidade não há maximização de produção de riquezas no nosso Brasil. É inadmissível que apenas um Estado participante dos USA (Texas - $ 2,664 Tri) tem o PIB maior que do nosso Brasil($ 2,174 tri). É fato que a doutrina esquerdista esta segurando o nosso Brasil(ex.: impedimento da continuidade da Ferrovia Ferrogrão que tem grande potencial de geração de riquezas e, projetos de exploração mineral e infraestrutura sendo segurados pela autoridade ambiental). Espero, de coração, que nosso povo amadureça para compreender o quanto a doutrina esquerdista está nos impedindo de gerar riquezas para nossa população.

Henrique - 14/04/2025

Quase 20 anos sendo administrado pela esquerda, vai esperar o que? Só corrupção e sucateamento mesmo. Vai ver onde moram os ex-reitores atualmente...

JORGE1 - 14/04/2025

É lamentável a situação da UFMT, que com tantos profissionais não consiga se recuperar, no que tange a estrutura física. Há muito tempo tem sido desgastante a questão da energia elétrica, que já poderia ser substituída pela energia solar e dessa forma baixando em muito a demanda do campus. O que a UFMT está passando é o preço do descaso do tempo das "vacas gordas", quando poderia ter feito uma reforma completa e preferiram aproveitar os recursos em outros campus. Agora cabe ao nosso grupo responsável pela gestão, de alguma forma buscar recursos, não para amenizar os problemas, mas para solucioná-los de vez.

Leitor indignado - 13/04/2025

Como que deixaram chegar neste ponto? Fizeram o L.

Roberto Ferreira Rios - 13/04/2025

Nestes cinquenta anos , eu cresci , casei,tive filhos e sou avó,e não apareceu nenhum um bom político,uma alma boa ? Foi desviado as verbas ?pois verba teve , então e Brasil, uma tristeza.

Wender - 13/04/2025

Pátria Educadora. Agora pergunta para os professores de humanas como resolver? Presidente amado pela maioria deles está no poder e descondenado.

Benedito da costa - 13/04/2025

Pior que pra reformar tudo aquilo de como estar, a começar pela estrutura vai muita grana pra deixar moderna.

Jose da Rocha Filho - 13/04/2025

Há alguns dias levei minha neta de 8 anos para conhecer a UFMT. Assim que chegamos, ela disse: isso aqui está precisando de uma reforma.

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