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dia do folclore 22.08.2024 | 14h52

Conheça histórias cuiabanas que compõem parte da cultura

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Aline Costa - Especial para o GD

redacao@gazetadigital

Luiz Leite

Luiz Leite

O folclore é considerado parte da cultura de um povo. As lendas passadas de geração em geração podem sofrer alterações e ter diferentes versões dependendo do local em que você as ouve, mas permanecem ali, registradas e sendo contadas. Mato Grosso possui suas lendas próprias, com histórias nascidas desde o início da construção do estado. Dunga Rodrigues, historiadora cuiabana, publicou obras transformando as histórias orais em livros escritos.

Em 1846 o escritor britânico William John Thoms apresentou o termo "Folclore", que é a junção das palavras "folk" e "lore" que significam povo e conhecimento, ou seja, o “conhecimento do povo”. O dicionário traz o folclore como nada além de um conjunto de lendas, narrativas que são contadas e repassadas.

 

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O dia do folclore é instituído no Brasil desde 1965 pelo decreto n° 56.747, que trouxe como objetivo a mais ampla divulgação da cultura popular brasileira. A data foi criada como forma de valorização das histórias e lendas contadas em cada parte do Brasil, para que elas permaneçam sendo contadas.

 

No folclore mato-grossense, existem histórias que datam desde a época de fundação, com algumas narrativas que falam sobre a busca por ouro e diamantes, no garimpo. Além disso, as lendas também contam acontecimentos estranhos no cotidiano das pessoas em bairros que existem até hoje, mas que eram, na época, projetos de construção.

 

Maria Benedita Deschamps Rodrigues, conhecida como Dunga Rodrigues, nasceu em Cuiabá em 1908 e foi professora, musicista, historiadora e escritora do que teve trabalhos voltados para as histórias cuiabanas que eram transmitidas de forma oral.

 

Por meio dela, algumas versões das histórias contadas foram convertidas em livros. Uma de suas publicações, “Cuiabá: roteiro de lendas”, reúne mais de 40 histórias contadas na capital. Ela coletou as narrativas que, às vezes eram passadas oralmente entre as pessoas e publicou o livro em dezembro de 1985.

 

Algumas das histórias sofreram alterações na forma de se contar ao longo do tempo e se distanciaram a ponto de terem diferentes versões contadas no livro.

 

Veja abaixo 3 das histórias cuiabanas recontadas pela autora.

 

Pé-de-garrafa
Um ser místico que anda pelas regiões com mato. Os relatos sobre ele variam, enquanto alguns dizem se tratar de uma criatura com mais de 3 metros de altura, outros contam que se parece com um homem. O relato que todos os que já viram contam, é que esse ser tem, no local dos pés, garrafas de vidro.


É possível ver os sinais por onde o Pé-de-garrafa passou pelos rastros que ele deixa e ouvir sua aproximação pelo barulho de vidro batendo no chão por onde ele passa.


Existem relatos de que ele já foi visto em diferentes lugares, e que, antes de sua aparição é possível ver animais fugindo com medo dos gritos e da criatura.


A Alavanca de Ouro
Certo dia, próximo onde hoje é a Igreja do Rosário, um homem escravizado encontrou uma grande pedra de ouro, semelhante a uma alavanca. Após falhar em guardar o segredo, a notícia se espalhou pela região.


Logo, os homens ricos movidos por ganância haviam colocado pessoas para escavar e retirar a alavanca de ouro do local para vender. Porém, quanto mais os trabalhadores cavavam, mais a alavanca de ouro parecia ir para o fundo da terra.


Após muito trabalhar, os homens só pensavam em conseguir retirar a alavanca até que um senhor passou pela região pedindo um copo de água, que foi negado por muitos que já estavam ocupados. Ao passar por um homem que pegou água do córrego da prainha que passava próximo, o senhor alertou o trabalhador que a terra ao redor da alavanca iria desmoronar e falou como seriam os sinais antes do desastre.


O homem ouviu o aviso e, quando a terra desmoronou, matou todos os homens que estavam trabalhando na busca pelo ouro. O homem que se salvou disse que foi Jesus quem o alertou e o salvou.


O Muro Arrombado
A história acontece no bairro do Quilombo, quando ainda haviam poucas casas e estava em construção. Na época das chuvas, a água na região era abundante, mas na seca, era necessário caminhar até o tanque do Baú para poder lavar as roupas, um lugar mais distante.


Um dia, ao voltar para a casa, tarde da noite, após tanto caminhar, a lavadeira ouve ruídos de ladainha e de cortejos e, ainda longe de casa, começa a avistar uma quantidade de pessoas vestidas de luto e levando um caixão. Ela se surpreendeu, pois o "Cemitério do cai-cai" estava em outra direção e não havia outro cemitério próximo.


Acompanhada apenas por seu cachorro e por seu rosário, ela corre para entender o cortejo até que, em um espaço arrombado de um muro, as pessoas e o caixão vão desaparecendo.


A moça paralisa no local e luta para conseguir fazer suas pernas se moverem e retornar para casa.

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