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CUIABANOS PELO MUNDO 06.09.2025 | 11h58

Do calor de Mato Grosso ao pódio no Canadá, empresário vive sonho no fisiculturismo

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Arquivo Pessoal

Arquivo Pessoal

Nascido em Cuiabá, mas vivendo a infância, adolescência e juventude na cidade vizinha, Várzea Grande, o empresário, economista e fisiculturista, William Zulli, 35, hoje vive o sonho de morar em Ontário, província do Canadá. No frio canadense, William decidiu explorar o país e realizar o desejo que surgiu enquanto menino, junto da esposa, a também economista, Sthefane Pimenta, 34, há quase 3 anos.

 

Em entrevista ao , William Zulli, contou quando surgiu o desafio ousado de embarcar em uma aventura fora do Brasil, sem pensar duas vezes. O empresário lembra que, a vontade de viver o sonho canadense era antigo, compartilhado com a esposa. Casados há 8 anos, tudo começou quando Sthefane se inscreveu numa bolsa de estudos no Cambrian College, uma renomada faculdade de artes aplicadas e tecnologia na cidade de Sudbury, a segunda maior do país.

 

Acervo Pessoal

willian Zulli e Sthéfane

Na foto, William e Sthefane, recém-chegados no Canadá.

Sthefane realizou ao menos duas provas, em diferentes períodos. Enquanto aguardavam a boa notícia da aprovação, corriam atrás do visto canadense. Por coincidência, o visto e o resultado da prova saíram no mesmo período, em 2022. No entanto, o colégio pedia que, cada aprovado se apresentasse na unidade em até 10 dias, levando o casal a rapidamente preparar as malas e embarcar ao Canadá.

 

William precisou passar o comando de sua loja de suplementos alimentares em Várzea Grande, para um antigo amigo, durante todo o período que estivesse fora, enquanto Sthefane abriu mão de um concurso público feito na Prefeitura de Cuiabá.

“Sonho de ir para outro país é antigo. Sempre carreguei comigo. Assistia filmes, séries e notava que eram costumes diferentes, criando o desejo. Minha esposa acabou ganhando uma bolsa de estudos para o mestrado dela no Canadá. Não pensamos duas vezes, largamos casa, carro, lojas, tudo no Brasil para viver sonho”, lembra William.

 

Mesmo sendo uma viagem ‘de última hora’, o entrevistado garante que não notou dificuldades para adaptar no território canadense, mas a saudade falava mais alto nas primeiras semanas.

 

“A adaptação é a maior dificuldade, no começo foi muito complicado. Sente saudade da família, acha que o inglês não está proficiente ainda. Existe o medo de recomeçar, principalmente temendo um futuro incerto, mas é tudo na vontade de Deus. Tudo isso é passageiro, logo você se adapta ao idioma e os costumes”, pontua.

 

Enquanto os Estados Unidos, país vizinho do Canadá, encabeçava políticas anti-imigração, o economista exalta que em Sudbury foi muito bem recebido pelos novos vizinhos.

 

“O Canadá, por ser um país formado com imigrantes, não senti exclusão ou rejeição. Existem programas governamentais de imigração, a comunidade local nos abraçou de uma forma muito tranquila. Mas, sei que, infelizmente, isso varia de pessoas para pessoas. Como viemos para uma cidade menor que a capital, talvez colaborasse para que não sofrêssemos preconceitos”, continua.

 

Durante o tempo em que a esposa estudava no Cambrian, William decidiu voltar à origem, e buscou trabalho em uma loja também de suplementos, dividindo o conhecimento que obteve no Brasil. A parceria deu certo e no novo comércio fez amizades com colegas do trabalho e clientes.

 

“Sempre pedi a Deus que, quando estivesse no Canadá, achasse um emprego na minha área de atuação no Brasil. Como tinha minha loja de suplementos, atuando 10 anos interruptamente, tentei encontrar algo nesse sentido e encontrei. A loja é minha vida. Não consigo sequer pensar em me afastar. Conquistei novos amigos e clientes com a empresa”, exalta.

 

Reprodução

WILLIAM ZULLI

 

Paralelamente a loja no Brasil, William também disputou diversas vezes campeonato de fisiculturismo nas cidades de Brasília, Salvador, Santa Catarina e na capital. Por isso, no Canadá reviveu o ‘gostinho’ dos palcos da categoria.

 

“Desde a minha vinda, tinha o desejo de competir aqui no Canadá. Mas, exigia uma preparação diferente da que fazia no Brasil. Aqui, o clima, os atletas, as academias são diferentes. Procurei me reorganizar mentalmente, fisicamente e financeiramente para conseguir o êxito que tive nessa primeira disputa. O Fisiculturismo sempre esteve na minha cabeça”, lembrou.

 

Seu retorno trouxe medalhas de prata e um pódio entre os cinco melhores no Summer Shredding Community, realizado em agosto deste ano.

 

“Todo atleta tem que ir para o campeonato com a cabeça de um campeão, eu me imaginava como um. A medalha se ganha não só no palco, mas na preparação por inteiro. Me dediquei e fiz tudo certinho, sabia que viria um resultado positivo. Quando você faz tudo correto, é esperado um pódio maneiro. É uma sensação indescritível, me senti um estreante. Mas, não senti nervosismo antes de subir no palco. Dentro de 14 atletas na minha categoria, conquistei o TOP 5. Fiquei muito feliz, foi uma forma de representar meu país, meu estado e cidade. Foi uma honra”, defende.

 

Por fim, o cuiabano reconhece que a adaptação a um novo país é desafiadora, mas acredita que as dificuldades são passageiras e que o aprendizado e a adaptação ao idioma e aos costumes são frutos dessa persistência.

 

Acervo Pessoal

Willian Zulli - Cuiabanos pelo Mundo

William com a medalha de prata, no Summer Shredding Community

"Acredito que tudo se resume à perseverança e à fé. Enfrentamos desafios, claro, mas cada obstáculo nos tornou mais fortes e nos aproximou do nosso objetivo. O Canadá nos acolheu, e aqui, estamos construindo nosso futuro com trabalho duro e o apoio um do outro. Para quem tem um sonho, por mais distante que pareça, eu digo: não desistam. O caminho pode ser árduo, mas a recompensa de viver a vida que sempre imaginou é indescritível.", conclui.

 

E é assim, combinando a paixão de infância com a coragem da vida adulta, que Willian Zulli e sua esposa, Sthefane Pimenta, reescrevem sua história. Deixando o calor de Várzea Grande para enfrentar o frio de Ontário, o casal mostra que os sonhos, quando vividos a dois, podem florescer nos mais inusitados solos, transformando desafios em conquistas e a saudade em motivação para ir cada vez mais longe.

 

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