DEU EM A GAZETA 19.12.2025 | 06h51

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Chico Ferreira
Fuga de faccionados de Mato Grosso para um dos destinos mais comuns, o estado do Rio de Janeiro, torna-se um “pós-doutorado”. A afirmação é do juiz Anderson Clayton Dias Batista, titular da 5ª Vara Criminal de Sinop, a Vara do Crime Organizado. Conforme o magistrado, somente na vara em que atua são mais de 170 mandados de prisão em aberto, destes, a metade é de pessoas que têm ligação com facção e fugiram para o estado fluminense.
O juiz avalia que o estado do Rio de Janeiro é um ponto muito sensível no combate ao crime organizado. Segundo ele, a política pública daquele estado influencia diretamente em Mato Grosso, assim como todo o Brasil. “O Rio de Janeiro hoje tornou-se um paraíso para traficantes, porque no Rio de Janeiro a facção que predomina é o Comando Vermelho. Então, o pessoal sai de Mato Grosso, vai para o Rio de Janeiro.
A própria facção de Mato Grosso repassa dinheiro aos traficantes que estão escondidos no Rio de Janeiro, como uma forma de subsidiar a permanência deles naquele local”, comenta. Traficantes de Mato Grosso também ganham destaque no Rio de Janeiro, conforme o magistrado, e passam a ser donos de bocas de fumo e responsáveis pelo tráfico de armas. “Ou seja, não ficam lá tão somente escondidos, mas ficam também praticando outros delitos. E isso gera uma espécie de, vamos dizer assim, de especialização, de pósdoutorado no crime”.
Outro exemplo citado pelo magistrado é sobre a extorsão de comerciantes, que os faccionados “aprenderam” no Rio. “Por exemplo, se nós voltarmos uns 10 anos atrás, em Mato Grosso não havia organização criminosa extorquindo o comerciante. Hoje isso veio como uma praga, quase todos os bairros têm comerciante sendo extorquido em qualquer cidade do Estado. Essa prática, ela inicia no Rio de Janeiro, há uns 20 anos, assim como outras práticas que ocorrem Rio de Janeiro também virão para cá. Estamos exportando traficantes para o Rio de Janeiro, que estão ganhando experiência, expertise e vão começar a importar para cá essa experiência de novas práticas criminosas”.
Casos de criminosos foragidos de Mato Grosso apareceram com mais frequência este ano. Além disso, Alexsander Monteiro de Almeida, de 22 anos, estava entre os mortos durante a Operação Contenção, nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio. Ele era natural de Várzea Grande.
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