afeto e tradição 24.06.2024 | 15h27
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Aline Costa
São João Batista é um dos 3 santos católicos celebrados em junho. O dia 24 foi escolhido por se tratar do aniversário da santidade, que batizou Jesus Cristo no rio Jordão e foi seu primo. Nesta data, vários devotos realizam festejos em homenagem à imagem tão importante aos cristãos. E uma cuiabana, há 15 anos, celebra seu aniversário com festejo em homenagem ao santo, com amigos reunidos à mesa, e alimento compartilhado com hóspedes de casa de apoio da Capital.
A história de João Batista, contada nos livros da Bíblia, fala de um homem humilde, que tinha a missão de ajudar e preparar o caminho de Jesus. Por isso, hoje alguns o conhecem como o Santo do Batismo, como aquele que pode abrir caminhos ou como o Santo Festeiro, pelas comemorações juninas.
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A comemoração a São João já é tão difundida que ultrapassou as paredes das igrejas e foram adaptadas para diferentes espaços que fizeram sua própria forma de comemoração.
Com a popularidade da festa na rua, nas escolar e espaços de lazer, ver as realizações mais intimistas, em casa com a família e amigos próximos perderam espaço, exceto pela decisão de alguns devotos, que não abrem mão da tradição passada por gerações, em acender a fogueira e celebrar com os seus.
Regina Lourdes da Silva Carvalho é uma destas pessoas. Aos 66 anos, a católica criou seus filhos na igreja da Comunidade São João Batista e mantém o costume herdado da família.
A igreja, que leva o nome do homenageado, tem uma tradição anual de, durante 6 semanas, casa devoto receber em sua casa a bandeira de São João.
A história de Regina com a banda vem de muito antes de conhecer a Comunidade São João Batista. Filha de um pai que tocava na banda do Senhor Divino, ela acompanhava manifestações como essa durante toda a infância.
“Quando a esmola do Senhor Divino saía, a banda parava dentro do quintal da minha casa e a gente não tinha mesa farta, porque as coisas eram muito difíceis. Mesmo assim a banda tocava e era uma animação. Então é uma memória que eu tenho muito legal, muito boa, que eu vou carregar para o resto da minha vida”, relembra a devota.
Juntando as memórias da banda, com a igreja e a devoção a São João Batista, há 15 anos Regina decidiu retomar essa tradição em sua vida, como forma de manter próximos seus amigos e de criar um ambiente reconfortante para aqueles que participam.
Assim, abriu mão das comemorações unicamente de seu aniversário, celebrado em 1° de junho, e dos presentes para receber a banda da Esmola de São João e realizar um banquete com todas as pessoas próximas. Todos os anos, aqueles que têm um espaço de afeto no coração de Regina são convidados para compor a mesa e participar da celebração que se tornou uma festa à São João.
“Ao invés de receber presentes, pedi que cada um trouxesse uma bandeja de salgado para compor a mesa. Então seria uma mesa muito farta, onde todos compartilhariam”, explica ela.
Além de ser uma comunhão de amigos, o encontro também se tornou uma homenagem àqueles que não podem mais estar juntos.
Na casa de Regina, existem fotos espalhadas por murais que retratam as festas passadas e a alegria dos momentos compartilhados. Dentre as imagens, cercadas por moldura de estrelas, um espaço do mural é destinado exclusivamente para os amigos que já se foram. “Para lembrar daqueles que já viraram estrelas e não puderam estar mais aqui”, relatou a mulher.
Reprodução
Painel de fotos com lembranças daqueles que já faleceram, mas que eram amigos e já frequentaram a festa na casa de Regina
A festa ocorre anualmente em datas diferentes, mas sempre próximas à data de São João. Tudo depende da programação da igreja que destina sempre o último sábado da campanha a passar na casa da fiél.
O momento em que a banda chega na esquina da rua tocando o hino de São João marca o início. A fogueira arde a noite toda enquanto, velhos amigos se reencontram e têm seu momento para agradecer a São João em um altar montado na casa.
Com a chegada da bandeira do santo, muitos dos convidados aproveitam para beijá-la, agradecer e para fazer suas orações.
Além de compor a mesa e compartilhar com os amigos, Regina também decidiu que todos os anos dividiria o alimento com as pessoas de uma casa transitória de Cuiabá, que recebe pacientes de diversas partes do estado.
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