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03.06.2013 | 16h51

Polícia descarta sabotagem em apostilas com xingamentos e atribui negligência à empresa

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Otmar de Oliveira
Delegado Anderson Veiga, da Gecat descarta sabotagem e culpa Instituto Concluir pela negligência e falha humana

Não houve sabotagem no caso das apostilas com xingamentos e informações errôneas denegrindo a imagem de 4 municípios mato-grossenses como alegado pela direção do Instituto Concluir, responsável pela elaboração do material “pedagógico” e sim falha humana e “completa negligência” da empresa que contratou por R$ 6 mil uma pessoa que não tem formação superior para elaborar sozinha todo o conteúdo de 17 apostilas e ainda fazer os trabalhos de revisão. Quem afirma é o delegado Anderson Claiton Cruz Veiga, coordenador de Inteligência Tecnológica da Gerência de Combate a Crimes de Alta Tecnologia (Gecat), unidade da Polícia Civil de Mato Grosso que investiga o caso.

Três pessoas serão indiciadas pelo crime de violação de direitos autorais, sendo a responsável por copiar todo o conteúdo da internet, Cristiane Aparecida Mendes da Silva Hondo e os responsáveis pelo Instituto Concluir, Edvaldo de Paiva (presidente) e Aroldo Portela (diretor pedagógico). Eles responderão pelo crime em liberdade, visto que a pena, se forem condenados ao final da tramitação do processo no Judiciário, não passará de 4 anos, ou seja, na prática nem resultará em prisão. Cristiane só concluiu o ensino médio, disse o delegado do caso.

De acordo com Veiga, todo o conteúdo sob responsabilidade de Cristiane foi copiado da internet, de diversos sites e de trabalhos de mestrado e monografia, mas todos sem citar fonte e sem a devida autorização dos autores intelectuais do conteúdo. Por este motivo, o crime que cabe, por ora, é de violação de direitos autorais. Assim, como ela, afirma o delegado Anderson Veiga, o presidente do Instituto Concluir, Edvaldo Paiva e o diretor pedagógico Aroldo Portela também agiram com “total negligência”, pois encarregaram a prestadora de serviços pelo trabalho de revisão e mesmo com as apostilas irregulares distribuíram o conteúdo adiante para os alunos expondo ao ridículo os municípios e o estado de Mato Grosso. “E pior, eles distribuíram o material com xingamentos e diversos erros, um conteúdo impróprio” afirma o delegado. O pagamento de R$ 6 mil à responsável por plagiar o conteúdo da internet foi feito em 2 parcelas de R$ 3 mil cada uma.

Chico Ferreira
Textos com xingamentos foram retirados do site Desciclopédia, de sátiras e humor

Durante a coletiva concedida na tarde desta segunda-feira (03), Veiga elencou diversos erros histórico-geográficos constatados também em outras apostilas, como a distribuída no curso de Bartender. Os xingamentos foram identificados apenas no material destinado ao curso de Atendente em Hotelaria e Turismo. As 17 apostilas confeccionadas por Cristiane foram apreendidas e estão sendo analisadas pelos peritos do Gecat. Até o momento apenas 5 já vistoriadas faltando ainda outra 12 e por este motivo o delegado explica que não há prazo para concluir as investigações.

Otmar de Oliveira
Delegado aponta outros textos publicados em apostilas com vários erros

Também foram apreendidos diversos computadores da empresa e da responsável pelo conteúdo, além de pendrives e periféricos de armazenamento de dados. Foi com base em perícias minuciosas realizadas nesses equipamentos que a equipe do Gecat descartou qualquer sabotagem em todas fase da confecção das apostilas, como a empresa alegou quando o fato foi noticiado pela imprensa na primeira quinzena de abril. “Constatamos que o material copiado do site de sátiras e charges Desciclopédia já estava no computador da Cristiane desde o dia 3 de dezembro de 2012 e permaneceu sem qualquer alteração até a data da impressão quando foi enviado para a gráfica em janeiro deste ano”, disse o delegado. As apostilas foram produzidas para serem utilizadas nos cursos do programa Qualifica Mato Grosso, iniciativa do governo do Estado visando qualificar a mão de obra local para atender a demanda de turistas na Copa de 2014. O material contendo textos com erros grotescos e xingamentos, foi elaborado conforme o delegado, por pessoal tecnicamente inapto e denegriu a imagem e história dos municípios de Barão de Melgaço, Cáceres, Santo Antônio do Leverger e Poconé.

Também participaram da coletiva os delegados, Marcelo Felisbino Martins, diretor de Inteligência e Juliano Carvalho, coordenador de Inteligência da Gecat. Eles explicaram que a investigação apura apenas o possível crime de sabotagem que foi descartado logo no início. Quanto ao eventual dano causado ao erário público, ficará à cargo da Delegacia Fazendária (Defaz) que receberá cópia da investigação e se ficar comprovado que houve prejuízos ao erário deverá investigar e chegar aos responsáveis para serem denunciados e acionados judicialmente pleiteando o ressarcimento. O Ministério Público também será informado sobre a conclusão do inquérito e deverá se posicionar sobre o assunto.

Outro lado: O Instituto Concluir foi procurado pela reportagem do GD, mas as ligações não foram atendidas, pois a todo momento só dava sinal de telefone com linha ocupada.

As apostilas foram usadas em cursos de capacitação gratuitos oferecido pela Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) que nunca se posicionou oficialmente sobre o assunto. O governo do Estado pagou ao Instituto Concluir cerca de R$ 634 mil para a elaboração e distribuição de 7 mil cartilhas utilizadas nos cursos.

Acompanhe o GD também pelo Twitter: @portalgazeta

 

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