DEU EM A GAZETA 24.06.2024 | 06h58
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Chico Ferreira
Em seis anos, o número de pessoas vivendo em situação de rua (PSR) em Mato Grosso aumentou 82,2%. Só neste ano, o número já chega a 3.110 pessoas nessa situação em quase metade dos municípios do Estado. Em 2018, eram 1.706 moradores de rua. Os dados são do boletim informativo da Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania, elaborados por meio do Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico), e apontam ainda que do total de pessoas identificadas, 50 são crianças e adolescentes e outras 274 são pessoas idosas.
No Estado, são 68 municípios que registram de pessoas vivendo em situação de rua e a maior prevalência se dá em cidades de grande e médio porte. O número pode ser subnotificado, uma vez que existem ainda muitas pessoas que nem mesmo possuem cadastros em programas de governo.
Segundo o boletim, Cuiabá é a cidade com o maior número, mais de 41%. São 1.296 pessoas vivendo nesta situação. Entre elas está William Silveira Júnior, 23 anos, que “mora” no canteiro da avenida Historiador Rubens de Mendonça, a avenida do CPA, próximo ao prédio da Polícia Federal.
William é morador de Alta Floresta (803 km ao norte de Cuiabá) mas, há cerca de um ano, vive nas ruas de Cuiabá. Ele conta que chegou aqui transferido em estado grave para o Pronto-Socorro, após levar seis tiros em um garimpo onde trabalhava. O rapaz afirma que por causa de sua situação se afundou nas drogas e, hoje, apesar de garantir que gostaria de uma chance, principalmente pelo filho de três anos, diz não ver nenhuma saída para sua situação. “Estou apenas existindo”.
Por causa do atentado, William ficou com os movimentos comprometidos, usa uma cadeira de rodas e conta que precisa fazer uma cirurgia na coluna. No entanto, ele assume que o vício nas drogas e o medo, já que é uma cirurgia delicada e pode deixá-lo sem movimentos de vez, são impedimentos.
“Eu quero me tratar para voltar para minha cidade, minha família não tem condições, eu estou sozinho, tenho medo e é isso”. Ele conta que já foi internado algumas vezes, mas em todas ele fugiu. “Eu sei que preciso, mas não consigo”.
Lembra que é difícil estar sozinho, se sentir abandonado e, que apesar de algumas boas ações de pessoas, a situação nas ruas é de invisibilidade. “Ninguém quer o problema para ele. Essa é a realidade”, finaliza.
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Adelino Casanova - 25/06/2024
Em relação às pessoas em situação de rua,o que preocupa muitos. Tem que haver ou fazer reuniões com órgãos públicos, movimentos sociais e sociedade civil e discutir a situação às medidas devem ser tomadas. Eu acho que, o nosso estado é município, falta muito para se dizer que é feito alguma coisa na política pública de situação de rua.
Ermelinia - 24/06/2024
Aumentou porque tem a prefeitura e o governo do estado, para dar alimentos coberto para eles, não querem e trabalhar se são usuário de drogas tem que interna eles compulsória vão falar que não tem lei para isso mas pode droga roubar, quem não quiser tratar manda de volta para sua cidade de origem, e corta ajuda para eles. Ali perto da rodoviária da até medo de passar de carro verdadeira cracolandia cheio de barraca de lona, ai quando da 11 horas formam fila para receber marmitex por isso que Aumentou moradores de rua aqui em Cuiabá.
V.G.Silva - 24/06/2024
INVESTIMENTO E VONTADE POLÍTICA POR PARTE DOS GESTORES ESTADUAIS E MUNICIPAIS. ENTRA ANO E SAI ANO A INERCIA DA GESTÃO.
Aldo - 24/06/2024
Governo de Mauro Mendes, um grande promotor de miséria, não dá pra esperar nada para a maioria da população, onde o estado só prioriza os ricos, a tendência é piorar muito com esse tipo de gestão. Com isso, onde não existe eficiência em política pública de qualidade aumenta também a violência.
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