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entenda ciclo e sinais 17.08.2025 | 12h55

Psicóloga destaca que a agressão física é a última praticada

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Ana Júlia Pereira

redacao@gazetadigital.com.br

Geovana Albuquerque/Agência Brasília

Geovana Albuquerque/Agência Brasília

“Uma pessoa que quer prender a outra, vai utilizar os aspectos vulneráveis contra ela”, afirma a psicologa especialista em relacionamentos, Pollyanna Tavares. A profissional enfatiza que a violência doméstica não está apenas ligada as agressões físicas que uma mulher sofre no relacionamento, mas abrange diversos outros tipos de violência que, por vezes, não são compreendidas pelas vítimas.

  

Ao , Pollyanna Tavares, que atua com vítimas de violência doméstica desde 2012, explicou que existem ao menos 5 tipos de agressões vividas por mulheres nas relações, sendo a física o último dos estágios e que precede o feminicídio. 

 

“Existe a violência psicológica, emocional, em que apenas a mulher pode dizer que foi vítima, já que muitas vezes ela é silenciada, chantageada ou recebe um tratamento de silêncio por parte do parceiro. Diferente da psicológica, existe a violência moral, a qual é a prática de calúnia, difamação, injuria e ameaça. Existe a violência patrimonial que é quando o agressor destrói o que foi conquistado pelo trabalho da mulher, como casa, carro, mas também se enquadra quando ele retém os documentos e o celular da mulher como forma de repreensão”, detalha.

 polly

Arquivo Pessoal

Pollyanna Tavares

 

“Além desses tipos, existe a violência sexual, que é quando a mulher é forçada a manter relações mesmo sem seu consentimento dentro do namoro ou casamento. E a violência física que são tapas, empurrões, socos, queimaduras, beliscões, entre outros que deixam marcas visíveis na vítima”, explica.

 

Ela chama atenção para o fato da violência começar de forma sutil e aos poucos escalonar até situações mais graves.

 

“O ponto-chave da virada é quando a pessoa deixa de fazer algo, que antes era natural, para evitar brigas. Então, os principais sinais são as mudanças repentinas de comportamento, sem um diálogo, para punir a outra, para dizer de maneira indireta que aquele comportamento deve ser mudado, se não ele vai ficar agressivo”, comenta.

 

A psicologa explica que a violência doméstica pode causar diversos impactos na vida e personalidade da vítima, como a baixa autoestima, distorção da própria imagem, crises de ansiedade.

 

“Ela passa a acreditar que é ela que torna o companheiro agressivo e isso pode causar diversos transtornos como ansiedade, crise do pânico, paralisação, depressão, tristeza, melancolia, isolamento”, enumera.

 

Além de diversos transtornos, a vítima também se vê sozinha, uma vez que começa a perder sua rede de apoio devido ao distanciamento e isolamento da família, fato que dificulta ainda mais o pedido de ajuda.

 

“Além da falta de rede de apoio, essa mulher tem dificuldades de ir à delegacia pedir ajuda. É difícil fazer com que ela entenda que aquilo não é aceitável. Muitas das vítimas possuem dificuldades em terminar esses relacionamentos devido à  dependência emocional, inclusive, existem estudos que mostram que o luto de uma separação é 3 vezes mais dolorido do que o luto por morte. Então, a pessoa não sabe o que é pior, se é ficar ou é sair”, explica.


A profissional defende uma intervenção social nas gerações passadas e futuras, para que assim, seja possível a evolução e diminuição nos casos de violência contra a mulher.

 

“Nós precisamos educar as novas gerações e proporcionar educação emocional. Agora, com as gerações anteriores, são necessários grupos de acolhimento, redes de apoio, profissionais oferecendo psicoterapia, assistência social, orientação jurídica, para poder dar suporte, para ser feita uma mudança social e assim reduzir esses números altíssimos de violência”, argumenta.

 

A psicologa ainda explica que muitas mulheres estão no ciclo do abuso ou ciclo da violência. Neste contexto, o homem pratica violência emocional, com xingamentos, cobranças, depois parte para violência física, com tapas, socos, e por fim, demonstra 'arrependimento', dizendo que vai mudar. A mulher acredita na promessa de que "agora vai ser diferente", mas a mudança dura por alguns dias ou meses e até que as agressões recomecem.

CRE Corumbá

Ciclo de Violência

 

 

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