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sinais negligenciados 07.09.2025 | 16h00

Tabu sobre saúde mental aumenta índices de suicídios; entenda

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Ana Júlia Pereira

redacao@gazetadigital.com.br

Marcelo Camargo/ABr

Marcelo Camargo/ABr

Dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), na última terça-feira (2), mostram que mais de um bilhão de pessoas em todo o planeta vivem com algum tipo de transtorno mental, que incluem ansiedade e depressão, fazendo com que grande parte da população perca qualidade de vida. O Setembro Amarelo chama a atenção para a prevenção ao suicídio e cuidado com a saúde mental.

 

Arquivo Pessoal

Andreia Saviani Baranjak

 

Em conversa com o , a psicologa Andreia Saviani Baranjak, que trata transtornos de ansiedade, depressão e insonia, explicou como a falta de conhecimento sobre essas doenças podem estar atrelado ao alto índice de ocorrências.

 

“O aumento da prevalência dos transtornos mentais está ligado a diversos fatores, seja eles biológicos, psicológicos e sociais. Porém, eventos estressantes ao longo da vida, tais como desemprego, divórcio, luto e a sobrecarga de papéis sociais exigidos na vida moderna, além do isolamento social, elevam o nível de estresse e contribuem consideravelmente para o aumento desses números. Além disso, quando a pessoa não entende o que está sentindo, ela demora muito mais a buscar tratamento”, enfatiza.

 

Segundo a OMS, cerca de 721 mil pessoas tiraram a vida apenas em 2021 em todo o planeta e mesmo com políticas públicas para reduzir a mortalidade por suicídio, as campanhas se tornam insuficientes para atingir o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) que prevê uma redução de um terço nas taxas de suicídio até 2030.

 

“Porque o assunto ainda é um tabu em nossa sociedade. A pessoa que decide tirar a própria vida, na verdade, deseja se livrar de uma dor profunda. Trata-se de uma dificuldade que muitas vezes não é compartilhada com ninguém e, quando é, frequentemente a pessoa é julgada ou não levada a sério. A falta de informação adequada, apoio e tratamento contribuem para o aumento desses números”, destaca.

 

Ainda segundo a OMS, os números mostram que as mulheres ainda são mais impactadas por doenças como ansiedade e depressão que os homens, fato que a psicologa atribui a uma questão cultural, já que o homem é ensinado a não chorar e a não demonstrar seus sentimentos.

 

“Esses fatores contribuem para que eles não busquem tratamento em saúde mental com frequência. Já as mulheres, por outro lado, costumam procurar mais os serviços de saúde. Além disso, elas possuem fatores hormonais e a sobrecarga exigida da mulher moderna, que precisa desempenhar vários papéis ao mesmo tempo, podem aumentar seu sofrimento mental. É importante destacar que os números de homens são subnotificados devido à baixa procura por atendimento, mas isso não significa que eles sofram menos: homens e mulheres enfrentam o sofrimento emocional de forma igualmente intensa”, conclui.

 

Além disso, o estudo afirma que pessoas que possuem algum transtorno mental têm uma qualidade de vida inferior em relação as não diagnosticadas, já que aos poucos a pessoa vai se isolando, sua autoestima é afetada e a sensação de incapacidade aumenta.

 

“Todas as áreas da vida de uma pessoa são afetadas. No campo profissional, há queda no desempenho devido à falta de concentração e energia. Na vida pessoal, uma pessoa com ansiedade pode sentir medo intenso de sair de casa, enquanto alguém com depressão deixa de sentir prazer em atividades que antes eram prazerosas. O sono também costuma piorar. Além disso, o cognitivo fica comprometido: a pessoa tem mais dificuldade para pensar, planejar, lembrar ou tomar decisões, o que gera frustração”, finaliza.

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