DEU EM A GAZETA 10.11.2025 | 06h51

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Otmar de Oliveira
Mudanças climáticas impactam cada vez mais a produção e os preços dos alimentos. Em Mato Grosso, nos últimos 3 anos, a cesta básica encareceu quase 11%. Segundo levantamento do Instituto de Pesquisas e Análise da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo de Mato Grosso (IPF/ Fecomércio), o valor do conjunto de produtos essenciais saltou da média de R$ 710,64 em março de 2022 - início da série histórica - para R$ 788,54 atualmente, em Cuiabá.
Há 12 meses, a cotação dos itens mais consumidos pela população chegou a alcançar R$ 812,28 na Capital do estado que lidera a produção de grãos e carne bovina no Brasil. O custo elevado foi puxado pelo encarecimento de 9 dos 13 produtos pesquisados desde 2022 pelo IPF/Fecomércio, com destaque para as majorações acumuladas do arroz (45%), pão francês (22,63%), café (21,70%), banana (61,38%) e manteiga (231,60%). A partir de novembro de 2024, porém, os valores da cesta básica recuaram 2,95%.
Ainda assim, a alta dos produtos essenciais para os consumidores supera dois dígitos nos últimos 3 anos. Divulgado originalmente no Relatório de Inflação de junho de 2019, um estudo especial do Banco Central (BC) revelou que o clima foi determinante no aumento dos preços dos alimentos no início daquele ano, quando a inflação de alimentação no domicílio acumulou alta de 4,34%, acima da média histórica das duas últimas décadas. De acordo com o estudo, o comportamento atípico da inflação foi influenciado por anomalias climáticas como o El Niño.
Entre 2015 e 2016, o fenômeno climático chegou a contribuir com 11,34 pontos percentuais para a inflação de alimentos. Para o economista Vivaldo Lopes, os impactos das mudanças climáticas sobre os preços tornaramse uma tendência estrutural da economia global. O aumento da frequência de eventos extremos, como chuvas intensas, enchentes e secas prolongadas, provoca redução na oferta de produtos industriais e agropecuários, elevando os custos de produção e, consequentemente, os preços finais ao consumidor.
Segundo Lopes, a “inflação climática” tornouse um fenômeno mundial, refletido no aumento persistente dos preços médios de bens industriais, serviços e commodities agropecuárias e metálicas, que hoje estão nos maiores patamares das últimas 4 décadas. Os setores agrícola, pecuário, florestal e de transportes marítimos são, segundo ele, os mais sensíveis às variações climáticas.
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