na 'crédito podre' 14.02.2019 | 11h16
Reprodução
Akio Maluf, advogado da família do empresário Wagner Florêncio Pimentel, morto com 5 tiros dentro de um carro no bairro Jardim das Américas, em Cuiabá, confirmou ao que a vítima estava negociando delação premiada para colaborar nas investigações da operação “Crédito Podre”, que apura sonegação fiscal de R$ 140 milhões em transações de compra e venda de grãos em Mato Grosso. A informação aumenta suspeita sobre crime para “queima de arquivo”.
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Atualmente Akio Maluf acompanha a gerente financeira Keila Catarina de Paula, ex-esposa do empresário, em interrogatórios sobre o brutal assassinato.
Segundo informações, eles estavam separados há 6 meses, após 20 de casados e duas filhas, fruto deste relacionamento.
A gerente financeira foi ouvida na Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP) na manhã de quarta-feira (13), pela delegada responsável, Jannira Laranjeira.
Akio Maluf afirmou que não pode repassar detalhes sobre a delação e sobre o atual depoimento de sua cliente, já que o inquérito policial que examina a morte corre em sigilo. O advogado, porém, nega que Keila Catarina esteja seguindo seu ex-companheiro em negociações de colaboração premiada.
"Quando casados, eles ainda moravam em casas separadas. Como eram investigados, a Justiça não permitiu a comunicação. Já nos últimos meses se falavam pouco porque estavam separados e o assunto era mais sobre as filhas", disse Maluf.
Conforme o advogado, a única certeza que a defesa tem neste momento, diante das informações veiculadas e com as diligências policiais, é que o crime não foi por latrocínio (roubo seguido de morte), já que além do dinheiro encontrado no carro, a polícia também apreendeu da vítima outros objetos de valor com relógios de marcas famosas, correntes de ouro e a pasta empresarial com a carteira.
Ainda conforme a defesa, a família aguarda um posicionamento da delegada Jannira Laranjeira para saber se a ex-esposa e as filhas precisam de segurança pessoal, já que se o caso for confirmado como "queima de arquivo", a mulher também corre risco.
Ouvida pelo Keila Catarina de Paula afirmou que, mesmo diante da separação, os dias não têm sido fáceis, já que ela precisa dar apoio psicológico às filhas. A gerente financeira garante que recebeu a informação da morte com surpresa. Segundo ela, o ex-marido nunca contou ter recebido ameaças.
Na última terça-feira (12), o deputado estadual Wilson Santos (PSDB) afirmou à imprensa que o empresário estava fazendo delação premiada sobre o caso de sonegação fiscal de mais de R$ 140 milhões. O homicídio, segundo o parlamentar, também será investigado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de sonegação fiscal.
“Ele já havia iniciado uma delação, não chegou a concluir a delação, parece que a viúva vai continuar a delação e nós entendemos que é importante a polícia contribuir com a CPI no esclarecimento do assassinato do Wagner”, afirmou Santos.
Keila Catarina chegou a ser presa em 2018. O juiz Jorge Luiz Tadeu Rodrigues, titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, revogou a prisão preventiva, com base no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), para que ela cuidasse das filhas de 16 e 17 anos. A decisão foi proferida em maio de 2018.
Keila também é alvo da operação "Crédito Podre", assim como o marido. A ação apura sonegação fiscal de R$ 140 milhões em transações de compra e venda de grãos em Mato Grosso. Morte segundo o boletim de ocorrência, a Polícia Militar foi acionada após serem ouvidos tiros na rua Brasília, no bairro Jardim das Américas. Wagner foi encontrado em seu carro, um Renault Sandero branco, com várias marcas de tiros e já sem vida.
O Serviço Móvel de Atendimento de Urgência (Samu) constatou que a vítima já estava morta. No carro foram encontradas 5 cápsulas de munição calibre 9 mm, R$ 1,6 mil em dinheiro e uma sacola com vários envelopes.
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Irzair Ciro Corrêa8 - 14/02/2019
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